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Como Controlar a Ansiedade: Sintomas e Dicas para Aliviar a Crise
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Como Controlar a Ansiedade: Sintomas e Dicas para Aliviar a Crise
Sintomas de ansiedade, veja como controlar a crise de ansiedade sozinha, ações para aliviar a ansiedade, dicas de autocuidado para o sistema nervoso.

A ansiedade é uma emoção natural, que surge como uma resposta do corpo diante de situações de perigo ou incertezas. Mas, ela pode se tornar debilitante e impactar a qualidade de vida quando se torna recorrente, afetando as atividades diárias.

Os sintomas de ansiedade, como o coração acelerado, a tensão muscular, a falta de ar e até mesmo o comprometimento do sono, prejudicam o cotidiano e as relações interpessoais. Pessoas ansiosas podem ficar mais agressivas ou extremamente inseguras, dificultando todos os aspectos de sua vida. Para controlar a ansiedade, é necessário entender como ela se manifesta para saber como adotar ações para aliviar seus efeitos no corpo e na mente.

Neste artigo, exploraremos diferentes estratégias de autocuidado para que você saiba como controlar a crise de ansiedade. Vamos discutir também o impacto do perfeccionismo e como ele está profundamente relacionado ao aumento da ansiedade, além de analisar a vulnerabilidade, um conceito abordado pela psicóloga Brene Brown, que pode ser uma chave importante para o autoconhecimento e para a superação da ansiedade.



O que é a ansiedade e como ela se manifesta?

A ansiedade é uma resposta natural do corpo diante de situações que geram tensão, incerteza ou até risco, como enfrentar desafios ou situações desconhecidas. Esse mecanismo tem raízes biológicas, sendo uma forma de preparação do organismo para enfrentar ou escapar de possíveis ameaças. No entanto, quando esse sistema de defesa se ativa de maneira excessiva, a ansiedade pode se transformar em um transtorno, afetando negativamente a saúde mental e emocional do indivíduo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos de ansiedade são os mais recorrentes no mundo e chegam a afetar mais de 301 milhões de pessoas globalmente em 2019, o que representa aproximadamente 4% da população mundial. Além disso, as mulheres são mais propensas a desenvolver esse tipo de transtorno do que os homens, com os sintomas frequentemente surgindo na infância ou adolescência.

Embora seja comum experimentar momentos de ansiedade em resposta a situações desafiadoras, quando esses sentimentos se tornam recorrentes e intensos, eles podem prejudicar a qualidade de vida. A ansiedade pode interferir diretamente nas atividades diárias, tornando a rotina mais difícil de ser cumprida e causando um impacto profundo no bem-estar emocional e social. Se não tratada, essa condição pode persistir por anos, agravando ainda mais os sintomas e afetando o equilíbrio psicológico do indivíduo.

A boa notícia é que os transtornos de ansiedade podem ser tratados com eficácia. Abordagens terapêuticas, como a psicoterapia, bem como o uso de medicamentos, têm se mostrado eficazes no controle dos sintomas e na restauração da regulação emocional. Além disso, uma mudança de comportamento e o apoio emocional de uma rede afetuosa de amigos e parentes, também pode contribuir para a restauração do organismo. Contudo, um grande número de pessoas com transtornos de ansiedade ainda não busca ajuda profissional. Estima-se que apenas uma em cada quatro pessoas afetadas procure tratamento, o que pode ser atribuído à falta de conscientização sobre a condição e ao estigma social.

Sintomas de Ansiedade

Os sintomas de ansiedade podem se manifestar de diferentes formas, tanto físicas quanto emocionais, e afetam o corpo e a mente. Algumas pessoas podem, inclusive, confundir os sintomas físicos da ansiedade com sinais de outras condições de saúde. Entre os sintomas mais comuns, podemos destacar:

  • Tensão muscular: A ansiedade provoca a contração muscular, especialmente no pescoço, ombros e mandíbula, resultando em desconforto físico.
  • Taquicardia: A sensação de coração acelerado e as palpitações são frequentes em episódios de ansiedade.
  • Dificuldade para respirar: A sensação de falta de ar, comum em crises de ansiedade, pode gerar grande aflição e desconforto.
  • Suor excessivo: Mesmo sem uma fonte imediata de estresse, é comum a transpiração intensa, especialmente nas palmas das mãos, testa e axilas.
  • Tremores: A ansiedade pode provocar tremores nas mãos ou em outras partes do corpo, uma resposta física ao nervosismo.
  • Boca seca: A diminuição da produção de saliva pode gerar sensação de boca seca e desconforto.
  • Dores no peito: O estresse físico causado pela ansiedade pode se manifestar com dores ou pressão no peito, frequentemente confundidas com problemas cardíacos.
  • Problemas digestivos: O estresse afeta o sistema digestivo, resultando em náuseas, cólicas ou até diarreia.
  • Distúrbios do sono: a mente inquieta e a preocupação constante dificultam o relaxamento necessário para uma noite de descanso reparador.


Esses sintomas podem ocorrer isoladamente ou em conjunto, variando de pessoa para pessoa. Reconhecer a ansiedade e seus sinais precoces é fundamental para tomar as medidas necessárias e buscar ajuda antes que a situação se agrave, desencadeando crises de pânico ou síndrome de burnout.



Como controlar a ansiedade no dia a dia

Controlar a ansiedade exige paciência e consistência, pois não é algo que acontece de forma instantânea. Trata-se de um processo contínuo de autoconhecimento, adaptação e cuidado emocional. Mas, existem várias práticas e abordagens que você pode incorporar à sua rotina para reduzir significativamente os efeitos da ansiedade e melhorar o seu bem-estar psicológico.

Com o tempo, ao adotar hábitos saudáveis, como técnicas de relaxamento, exercícios físicos regulares e uma alimentação equilibrada, você pode criar uma base sólida para lidar com as emoções de maneira mais equilibrada e promover uma maior qualidade de vida. Além disso, buscar apoio profissional é uma parte fundamental desse processo, garantindo que você tenha as ferramentas adequadas para enfrentar os desafios de forma mais tranquila e saudável. Algumas das estratégias eficazes para aliviar a ansiedade incluem:

  1. Respiração profunda e meditação

    Exercícios de respiração profunda são uma ferramenta poderosa para controlar a crise de ansiedade. Ao inspirar lentamente pelo nariz e expirar pela boca, você ativa o sistema nervoso parassimpático, o que reduz o estresse e promove uma sensação de calma. A meditação também ajuda a focar a mente no presente, reduzindo os pensamentos ansiosos e trazendo clareza mental.
  2. Exercícios físicos regulares

    A atividade física regular ajuda a liberar endorfinas, que são neurotransmissores responsáveis por melhorar o humor e reduzir a sensação de ansiedade. Caminhadas, yoga ou qualquer outro exercício que você goste podem ter um impacto significativo no controle da ansiedade.
  3. Estabeleça uma rotina de autocuidado

    Incorporar práticas de autocuidado na sua rotina auxilia na redução dos níveis de estresse e aumenta sua capacidade de lidar com as adversidades. Isso pode incluir uma alimentação equilibrada, a prática de atividades relaxantes e garantir que você tenha tempo para o descanso necessário.
  4. Limite a exposição a gatilhos

    Muitas vezes, os sintomas de ansiedade são exacerbados pela exposição a situações que causam estresse, como sobrecarga de trabalho ou informações excessivas nas redes sociais. Tente estabelecer limites saudáveis para proteger sua saúde mental, reservando momentos para desintoxicação digital e descanso.


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Ansiedade e perfeccionismo: A busca pela perfeição e o sofrimento psíquico

Um dos fatores que mais contribuem para a ansiedade, especialmente em ambientes de alta pressão, é o perfeccionismo. A busca incessante pela perfeição cria uma pressão interna constante, que pode gerar ansiedade e até mesmo uma sensação de medo ou fobia quando não conseguimos atingir nossos próprios padrões elevados.

A pesquisadora norte-americana Brené Brown aborda esse tema de forma brilhante em seu livro A Coragem de Ser Imperfeito. Ela afirma que o perfeccionismo está intimamente ligado à vergonha e ao medo da vulnerabilidade. As pessoas perfeccionistas sentem uma necessidade constante de mostrar que são suficientes e que têm controle total sobre suas vidas, o que é uma expectativa irreal e extenuante.

Nesse sentido, Brown nos faz um convite: prepare-se para ser vulnerável. Ou seja, permita que suas imperfeições e falhas sejam reconhecidas, só assim conseguimos nos conectar verdadeiramente uns aos outros e viver a experiência verdadeira do amor. Ao aceitar nossas limitações, nos libertamos de uma carga emocional pesada, permitindo que a ansiedade diminua e que possamos viver de forma mais autêntica e equilibrada.

O perfeccionismo, em sua essência, alimenta o ciclo de sofrimento psíquico na atualidade. Quando buscamos sempre a perfeição, nos tornamos voltados a padrões inalcançáveis, gerando uma constante sensação de insatisfação e frustração. Ao aprender a aceitar a vulnerabilidade, podemos dar um passo importante para superar a ansiedade, pois a verdadeira liberdade emocional está em nos aceitarmos como somos, com todas as nossas falhas.

O papel do sistema nervoso na ansiedade

O sistema nervoso desempenha um papel essencial na nossa resposta à ansiedade. Quando nos deparamos com uma situação estressante, o cérebro envia sinais para o corpo se preparar para a ação — seja para lutar contra o problema ou fugir dele. Essa reação é fundamental para a nossa sobrevivência, mas quando essa resposta se torna crônica ou exagerada, o sistema nervoso fica sobrecarregado, e isso pode resultar em distúrbios emocionais e físicos, como a ansiedade. O sistema simpático, responsável por ativar a resposta de “luta ou fuga", pode permanecer em funcionamento excessivo, prejudicando nosso equilíbrio emocional e físico.

Aprender a controlar a ansiedade também significa aprender a gerenciar o sistema nervoso de forma saudável. Isso envolve práticas que ajudam a reduzir a ativação constante do sistema simpático, como técnicas de respiração profunda, meditação, e exercícios físicos regulares. Essas práticas promovem o equilíbrio, ativando o sistema parassimpático, responsável por relaxar o corpo e restaurar a sensação de bem-estar.

Além disso, a maneira como gerenciamos nossa ansiedade tem um impacto direto na longevidade e na qualidade do envelhecimento. O estresse crônico e a ansiedade constante podem acelerar o envelhecimento celular e aumentar o risco de doenças relacionadas ao envelhecimento, como problemas cardíacos, hipertensão e distúrbios metabólicos. Ao controlar a ansiedade e adotar hábitos saudáveis para o sistema nervoso, como manter uma rotina de exercícios, comer de forma equilibrada e reservar momentos para relaxamento, podemos não apenas melhorar nossa saúde mental, mas também promover um envelhecimento mais saudável e com mais qualidade de vida.

Envelhecer com saúde envolve cuidar do corpo e da mente, e aprender a gerenciar a ansiedade de forma eficaz é um passo fundamental para garantir um envelhecimento mais tranquilo, com um sistema nervoso equilibrado e uma vida mais plena.

Como controlar crise de ansiedade sozinha: Dicas práticas

Quando uma crise de ansiedade acontece, pode ser difícil saber por onde começar a lidar com a situação. No entanto, existem algumas ações simples que podem ajudar a amenizar o impacto e trazer alívio imediato. Aqui estão algumas sugestões:

  1. Respire profundamente

    A respiração controlada é uma das maneiras mais eficazes de acalmar a mente e o corpo durante uma crise de ansiedade. Inspire profundamente pelo nariz, segure o ar por alguns segundos e, em seguida, expire lentamente pela boca. Esse simples exercício ajuda a desacelerar os batimentos cardíacos e a reduzir a tensão muscular, promovendo um estado de calma.
  2. Faça uma pausa e mude o ambiente

    Muitas vezes, uma mudança de ambiente pode ser o suficiente para quebrar o ciclo da ansiedade. Se possível, saia do local que está gerando estresse, faça uma breve caminhada ou até mesmo mude de atividade por alguns minutos. Momentos de pausa ajudam a restaurar a sensação de controle e reduzem a intensidade da ansiedade.
  3. Pratique o auto acolhimento

    É fundamental ser gentil consigo mesmo durante uma crise de ansiedade. Reconheça que o que você está sentindo é válido e evite se criticar por isso. Dizer a si mesmo que está tudo bem, mesmo que não se sinta assim, pode criar um espaço emocional de acolhimento, permitindo que você recupere a calma de forma mais eficiente.
  4. Engaje-se em atividades que tragam prazer

    A ansiedade muitas vezes nos afasta das coisas que gostamos de fazer. Reservar um tempo para atividades prazerosas, como ler um bom livro, ouvir música ou assistir a um filme favorito, pode ajudar a restabelecer a conexão com você mesmo e aliviar a tensão. Essas pequenas pausas no seu dia podem ser fundamentais para renovar a energia emocional e reduzir o impacto da ansiedade.
  5. Considere a ajuda de um psicólogo

    Lidar com a ansiedade de forma eficaz muitas vezes requer apoio profissional. A psicoterapia é uma das ferramentas mais poderosas no enfrentamento de crises de ansiedade, ajudando a identificar os gatilhos e a desenvolver estratégias de controle. Consultar um psicólogo periodicamente pode fornecer novas perspectivas e mecanismos de enfrentamento que são essenciais para lidar com o transtorno de forma saudável a longo prazo.


Essas dicas são formas de reduzir os efeitos imediatos da ansiedade, mas o controle contínuo da ansiedade envolve um trabalho persistente e consciente. Incorporar essas práticas no seu cotidiano e buscar apoio profissional pode ser um passo importante em direção ao bem-estar emocional duradouro.



Conclusão

Controlar a ansiedade é um processo contínuo e envolve a prática de várias estratégias que visam melhorar o bem estar psicológico e a qualidade de vida. Ao aplicar ações como focar os pensamentos no momento presente, exercícios físicos regulares, sono de qualidade, você pode começar a lidar melhor com os sintomas de ansiedade e evitar que se tornem crises intensas. Além disso, ao refletir sobre o impacto do perfeccionismo e abraçar a vulnerabilidade, podemos aprender a superar a ansiedade em contextos sociais, de uma forma mais leve e saudável.

Se os sintomas persistirem ou se agravarem, procurar ajuda profissional é essencial. O tratamento adequado e o acompanhamento psicológico são ferramentas valiosas para lidar com o tratamento da ansiedade, promovendo uma vida mais plena e saudável.

Psicossomática: doenças, problemas psicológicos e redes sociais
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Psicossomática: doenças, problemas psicológicos e redes sociais
O que é psicossomática e quais são as doenças psicossomáticas. Como o sistema nervoso e os problemas psicológicos se relacionam com as doenças.

A psicossomática é uma área do conhecimento que investiga a relação entre as emoções e o impacto que elas podem ter na saúde física. Muitas vezes, o estresse e a ansiedade, além de outros fatores emocionais podem resultar em doenças psicossomáticas.

A palavra psicossomática vem do grego, onde psique significa alma e soma significa corpo, refletindo a ideia de que a mente e o corpo estão profundamente conectados. Nesse contexto, as emoções podem influenciar a saúde física, gerando condições como dores, desconfortos e outras manifestações incômodas, sem uma causa aparente.

Doenças psicossomáticas são aquelas cujos sintomas físicos não têm uma origem orgânica identificável, sendo desencadeadas por fatores emocionais como traumas, estresse ou ansiedade, por exemplo. Isso pode levar a um ciclo de consultas médicas sem diagnóstico definitivo, até que a relação entre a mente e o corpo seja compreendida. Neste artigo, abordaremos o que é psicossomática, as principais doenças psicossomáticas, suas causas, sintomas e formas de tratamento.



O que é Psicossomática?

A psicossomática é um campo da medicina que investiga como as questões que abalam a saúde mental afetam o corpo, gerando sintomas físicos. Embora frequentemente ignorado, o impacto das emoções no funcionamento dos órgãos e sistemas corporais, como o sistema nervoso e o sistema imunológico, é real e pode resultar em condições como dores de cabeça crônicas, problemas digestivos e até doenças mais graves. A psicossomática, portanto, busca compreender como os transtornos emocionais podem refletir no corpo, gerando sinais, sintomas e até doenças.

O vínculo entre a mente e o corpo é especialmente evidente em condições como a hipertensão, que pode ser agravada pelo estresse. Em muitos casos, os incômodos físicos não são explicados por exames clínicos, mas têm uma causa emocional subjacente que deve ser observada e tratada por profissionais da saúde mental. O sofrimento psíquico pode, de fato, desencadear ou agravar doenças físicas, mostrando a conexão profunda entre corpo e mente.

Quando enfrentamos sofrimento psicológico, ele pode afetar nosso corpo de maneiras que nem sempre são conscientes. Esse sofrimento, muitas vezes involuntário, pode vir de traumas, pressões ou até da autocobrança, e suas consequências podem ser sentidas de diversas formas.

O sofrimento psíquico na atualidade, impulsionado pelo aumento da pressão social, profissional e pessoal, tem se intensificado, contribuindo para o aumento das doenças psicossomáticas. Fatores como o estresse relacionado ao trabalho, as altas expectativas sociais e a constante comparação nas redes sociais ampliam a incidência de problemas psicológicos, tornando as pessoas mais vulneráveis aos efeitos do estresse e ansiedade. Como resultado, o bem-estar psicológico das pessoas tem sido cada vez mais afetado, refletindo diretamente na saúde física. Esse cenário revela como o equilíbrio entre a mente e o corpo é essencial para a manutenção de uma boa saúde e para a prevenção de doenças psicossomáticas.

Para auxiliar no desenvolvimento de uma boa gestão da saúde mental na Era Digital, a doutora em Ciências pela UFRJ, Ana Carolina Souza, explica no ebook gratuito Ansiedade e Redes Sociais como a exposição constante às redes sociais afeta a saúde mental e oferece dicas para lidar melhor com os desafios da presença digital no nosso cotidiano. Preencha o formulário abaixo para receber o ebook gratuitamente em seu e-mail:



O que são doenças psicossomáticas?

As doenças psicossomáticas são condições físicas que têm sua origem em fatores emocionais ou psicológicos. Elas não podem ser explicadas exclusivamente por causas materiais, mas resultam de um desequilíbrio emocional ou psicológico prolongado. Esses distúrbios demonstram a forte conexão entre o emocional e o físico, onde o sofrimento psicológico se manifesta fisicamente, gerando sintomas e doenças. Importante destacar que o diagnóstico de uma doença psicossomática envolve a exclusão de outras condições físicas, já que seus sintomas não possuem explicações orgânicas claras.

O cérebro desempenha um papel crucial na manifestação de doenças psicossomáticas, pois ele regula nossa resposta emocional e física aos estímulos externos. Quando uma pessoa lida com afetos, sentimentos e emoções disfuncionais, que causam traumas ou estresse intenso e prolongado, esses fatores podem impactar diretamente a saúde física, gerando um ciclo de desgaste tanto emocional quanto físico.

Quais são as doenças psicossomáticas mais comuns?

Entre as doenças psicossomáticas mais comuns, encontramos:

DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS CARACTERÍSTICAS
Síndrome do Intestino Irritável (SII) Trata-se de um distúrbio gastrointestinal que provoca dores abdominais, constipação, diarreia ou uma combinação de ambos. O estresse emocional é um dos principais gatilhos para o desenvolvimento e agravamento dos sintomas dessa condição, tornando-a um exemplo clássico de doença psicossomática.
Enxaqueca Crônica A dor de cabeça intensa e persistente, muitas vezes acompanhada de náuseas, vômitos e sensibilidade à luz, pode ter uma base psicossomática. Embora nem todas as enxaquecas sejam causadas por fatores emocionais, o estresse e as tensões psicológicas podem intensificar as crises e a frequência das dores de cabeça.
Dermatite Atópica Condição de pele crônica que causa coceira, vermelhidão, descamação e erupções cutâneas. A dermatite atópica é altamente influenciada por fatores emocionais, e situações de estresse ou ansiedade podem piorar seus sintomas, levando a ciclos recorrentes de inflamação na pele.
Transtornos de Ansiedade A ansiedade excessiva, que afeta o cérebro e o sistema nervoso, pode causar sintomas físicos como falta de ar, batimento cardíaco acelerado, suores excessivos e até dores no peito. A constante tensão emocional associada ao transtorno de ansiedade pode levar a uma série de distúrbios psicossomáticos.
Gastrite A gastrite, inflamação do revestimento interno do estômago, pode ser exacerbada por fatores emocionais. O estresse, a ansiedade e a preocupação constante podem aumentar a produção de ácido gástrico, irritando o estômago e resultando em sintomas como dor abdominal, queimação e náuseas.
Insônia Quando as dificuldades para dormir são causadas por fatores emocionais. Isso cria um ciclo vicioso, onde a falta de sono piora os sintomas emocionais.
Dores Musculares e nas Articulações Muitas pessoas experimentam dores musculares e articulares sem uma causa aparente, e esses sintomas podem estar relacionados ao estresse ou à ansiedade. O tensionamento muscular causado por emoções negativas pode resultar em dores que afetam a mobilidade e o bem-estar.
Disfunção Erétil (Impotência Sexual) Esta condição, caracterizada pela dificuldade de manter uma ereção, pode ter raízes em fatores psicológicos, como estresse, ansiedade e baixa autoestima. O estresse emocional e a pressão psicológica podem agravar o quadro e dificultar o tratamento.
Síndrome do Cansaço Crônico O estresse e a sobrecarga emocional podem resultar em cansaço extremo, onde a pessoa se sente exausta, mesmo sem esforço físico significativo. Esse esgotamento mental pode afetar a capacidade de realizar atividades cotidianas, impactando a qualidade de vida.


Um dos fatores que contribuem para o desencadeamento das doenças psicossomáticas é a vida excessivamente estressante. Nesse contexto, a vulnerabilidade pode ajudar pessoas altamente perfeccionistas a superar a rigidez e o desejo de dar conta de tudo de forma excelente. Com isso, a vulnerabilidade contribui para o processo de crescimento e aceitação dos erros e imperfeições, sendo uma ferramenta aliada para tornar o cotidiano mais leve e diminuir a autocobrança.

Quais são os sintomas das doenças psicossomáticas?

Os sintomas das doenças psicossomáticas são frequentemente físicos e estão intimamente ligados ao impacto que o estresse e a ansiedade têm sobre o corpo, especialmente através do sistema nervoso. Quando uma pessoa experimenta altos níveis de estresse ou ansiedade, o sistema nervoso autônomo, responsável por funções como respiração, ritmo cardíaco e digestão, entra em um estado de alerta conhecido como "luta ou fuga". Esse estado é útil em situações de perigo, mas, quando ativado constantemente, causa um desgaste físico significativo.

Entre os sintomas mais comuns das doenças psicossomáticas estão:

  • Insônia: A ativação prolongada do sistema nervoso pode dificultar o relaxamento, levando a dificuldades para dormir.
  • Alterações no apetite: O estresse e a ansiedade podem influenciar os hábitos alimentares, resultando em perda de apetite ou, em alguns casos, em comer excessivamente.
  • Problemas digestivos: O sistema nervoso também afeta o trato gastrointestinal, o que pode levar a distúrbios como constipação, diarreia, síndrome do intestino irritável ou refluxo gástrico.
  • Dores musculares e tensões: O corpo tende a se contrair em resposta ao estresse, resultando em dores nas costas, pescoço, ombros e outras áreas.
  • Problemas de memória e concentração: O aumento nos níveis de cortisol e adrenalina pode afetar a memória de curto prazo e a capacidade de concentração.
  • Fadiga e cansaço excessivo: O estresse prolongado pode resultar em exaustão, mesmo sem esforço físico significativo.

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Como a Ansiedade e o Estresse Podem Causar Doenças Psicossomáticas?

A ansiedade e o estresse são dois dos principais fatores psicológicos que podem desencadear doenças psicossomáticas. Quando uma pessoa vive constantemente em estado de ansiedade, o corpo reage de forma física, gerando uma série de sintomas que podem afetar sua saúde de maneiras diversas. A tensão emocional contínua pode levar a um esgotamento físico e mental, resultando em cansaço excessivo, desencadeando distúrbios como o burnout . O estresse também provoca contrações musculares, que são frequentemente sentidas como dores no pescoço, nas costas e nos ombros. Essas tensões musculares podem se tornar crônicas, prejudicando a mobilidade e o bem-estar geral.

Eventos como o luto, a violência doméstica, o medo excessivo e o bullying também estão entre as causas comuns das doenças psicossomáticas.

Esses fatores podem causar, inclusive, impactos no sistema digestivo que não podem ser ignorados. Problemas como constipação, diarreia e até gastrite são comuns em pessoas que lidam com altos níveis de estresse e ansiedade. O sistema digestivo é altamente sensível às emoções, e quando a mente está sobrecarregada, os sintomas físicos podem se manifestar de maneira significativa.

Outro efeito do estresse é o comprometimento da qualidade do sono, devido ao aumento do cortisol. A ansiedade constante dificulta o relaxamento necessário para uma boa noite de descanso, o que resulta em insônia e cansaço.

Superar a ansiedade e outros transtornos emocionais é fundamental para restaurar o equilíbrio entre mente e corpo. Ter uma rede de apoio pautada no amor, agir com autocuidado e procurar acompanhamento psicológico são essenciais para prevenir e tratar doenças psicossomáticas, ajudando as pessoas a manterem uma boa saúde mental e a protegerem o corpo dos efeitos negativos dos fatores estressores do sistema nervoso.

Como identificar uma doença psicossomática?

Identificar uma doença psicossomática pode ser difícil, pois os sintomas físicos se apresentam de forma semelhante a várias condições médicas, mas não têm explicação orgânica clara. O primeiro passo para a identificação é observar se os sintomas físicos persistem sem uma causa aparente ou que não seja explicada por exames médicos. Quando uma pessoa sente dores crônicas, distúrbios digestivos, como constipação ou diarreia, ou problemas de pele, como dermatite, sem uma causa evidente, pode ser um indicativo de que há um componente emocional subjacente.

Se os sintomas se manifestam ou se agravam em momentos de grande tensão emocional, isso também pode sugerir que a origem é psicossomática. Outro fator importante é a presença de sintomas físicos que não são facilmente explicados por condições médicas tradicionais, como dores musculares intensas, falta de ar, pressão no peito, insônia ou problemas digestivos, mesmo após a exclusão de outras doenças.

A conexão entre o sofrimento emocional e os sintomas físicos é fundamental para identificar doenças psicossomáticas. Se uma pessoa está passando por períodos prolongados de estresse, ansiedade, trauma ou outros conflitos emocionais não resolvidos, é mais provável que o corpo manifeste esses problemas de forma física. A ajuda de um profissional da saúde mental, como psicólogos ou psiquiatras, é essencial para fazer a conexão entre os sintomas emocionais e físicos, e para um diagnóstico adequado.

O Que Fazer para Prevenir e Tratar Doenças Psicossomáticas?

O tratamento das doenças psicossomáticas começa com a investigação clínica detalhada para excluir outras possíveis causas físicas. Caso o diagnóstico seja realmente psicossomático, o tratamento deve ser multidisciplinar, envolvendo médicos especializados na área afetada pelo problema, além de profissionais da saúde mental, como psiquiatras e psicólogos. Isso é fundamental para abordar tanto os aspectos físicos quanto emocionais da condição, prevenindo que o adoecimento se repita ou se manifeste em outra parte do corpo.

O tratamento das doenças psicossomáticas exige um enfoque que trate a mente e o corpo de forma integrada. Para garantir o bem-estar completo, algumas abordagens terapêuticas podem ser eficazes. A psicoterapia pode ser útil para identificar os gatilhos emocionais que desencadeiam sintomas físicos, ajudando a pessoa a desenvolver mecanismos de enfrentamento mais saudáveis. Além disso, práticas de mindfulness e meditação são altamente eficazes no combate ao estresse e à ansiedade, promovendo o equilíbrio do sistema nervoso e prevenindo problemas físicos relacionados.

A prática regular de exercícios físicos também é fundamental, pois ajuda a reduzir o estresse, melhora a saúde mental e mantém o corpo em bom estado. Além disso, adotar uma mudança de estilo de vida que inclua momentos de lazer, descanso e autocuidado é essencial para prevenir doenças psicossomáticas, permitindo que o indivíduo se reconecte com suas necessidades emocionais e físicas.

É importante lembrar que, para envelhecer com saúde, é necessário equilibrar a saúde mental e física ao longo da vida. Procurar orientação médica adequada e garantir que o tratamento psicológico esteja alinhado com as necessidades físicas do paciente é essencial para uma recuperação completa e para a manutenção do bem-estar ao longo dos anos.

Conclusão

A psicossomática nos ensina que a mente e o corpo estão profundamente interligados. Problemas de saúde como a ansiedade, o estresse e a depressão podem estar intimamente relacionados a questões de origem emocional. Nesse sentido, a compreensão de que existe a somatização de questões advindas da mente é essencial para tratar essas condições de maneira eficiente.

Cuidar da saúde mental e adotar práticas que promovam o equilíbrio emocional são passos fundamentais para prevenir ou tratar doenças psicossomáticas. Lembre-se: a mente saudável contribui para um corpo saudável, e vice-versa. Para lidar com as consequências físicas do estresse e da ansiedade, buscar ajuda profissional e fazer mudanças no estilo de vida são atitudes importantes para restaurar o bem-estar.

Perguntas Frequentes sobre Psicossomática

  1. O que é psicossomática e como ela pode afetar a saúde?

    Psicossomática é a interação entre mente e corpo, onde problemas psicológicos podem gerar sintomas físicos. Ela pode resultar em doenças psicossomáticas como dores crônicas, distúrbios digestivos e doenças relacionadas ao estresse.
  2. Como tratar doenças psicossomáticas?

    O tratamento envolve uma abordagem integrada que pode incluir psicoterapia, exercícios físicos, práticas de relaxamento como meditação, e mudanças no estilo de vida.


Referências:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicossom%C3%A1tica

https://www.tuasaude.com/sintomas-de-doencas-psicossomaticas/

https://www.rmmg.org/artigo/detalhes/1444

Estresse: sintomas, causas, tratamento e impacto no bem-estar
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Estresse: sintomas, causas, tratamento e impacto no bem-estar
O que é estresse? Entenda as causas, sintomas, tipos e o que o estresse causa no corpo feminino. Veja tratamentos para reduzir os efeitos do estresse.

"O estresse é uma ameaça direta ou indireta à integridade física ou psicológica de alguém". Essa definição do neurocientista Bruce McEwen reflete a profundidade do impacto do estresse no corpo humano, fenômeno que ele estudou profundamente ao longo de sua carreira, com ênfase nos hormônios envolvidos, como o cortisol e a adrenalina.

Embora o estresse faça parte da vida cotidiana e, até certo ponto, seja uma resposta adaptativa saudável do corpo, quando suas causas se tornam constantes e intensas, os efeitos sobre a saúde podem ser extremamente prejudiciais.

Ansiedade, depressão e burnout são algumas das consequências do estresse crônico, que tem se intensificado na população mundial devido ao ritmo acelerado da vida contemporânea, à sobrecarga de responsabilidades e aos relacionamentos disfuncionais. Neste artigo, exploraremos as causas do estresse, suas manifestações físicas e emocionais, além dos tratamentos neurocientíficos disponíveis para restaurar o bem-estar.



O que é estresse?

O estresse é uma resposta do organismo a situações percebidas como ameaçadoras ou frustrantes. Dependendo do nível da reação ao estresse, o corpo pode ficar sobrecarregado e adoecer. Isso acontece quando o indivíduo não consegue se recuperar completamente após ter entrado em contato com eventos estressores. Sintomas como ansiedade, burnout, depressão e insônia são os que mais acometem as pessoas submetidas ao estresse crônico.

No contexto contemporâneo, o estresse é amplificado pela sobrecarga de tarefas diárias, pelo desejo de atingir padrões elevados de produtividade e pela constante comparação com os outros, algo cada vez mais exacerbado pelas redes sociais. A pressão para estar sempre disponível, para mostrar resultados e para não perder oportunidades se tornou uma constante na vida de muitos indivíduos, gerando um estado de alerta constante no cérebro. Isso pode levar ao desenvolvimento de estados de ansiedade e estresse crônico.

De acordo com estudos da neurociência, existem três níveis de enfrentamento ao estresse: o primeiro deles seria o nível adaptativo saudável, que é quando o organismo se recupera rapidamente, logo após situações impactantes. O segundo nível seria um estresse mais prolongado, porém o corpo consegue voltar ao estado de equilíbrio passada a fase estressora. E o terceiro nível seria uma sobrecarga emocional que provoca danos maiores à saúde.

As causas do estresse podem estar relacionadas a diversos fatores, como a pressão no trabalho, dificuldades financeiras, problemas de saúde, exposição constante às vidas idealizadas das redes sociais, sobrecarga de exigências diárias, entre outras. Cada indivíduo tem a sua maneira de lidar com o estresse, portanto os impactos à saúde podem ser diferentes entre as pessoas que vivem o mesmo tipo de situação.

Além das causas mais perceptíveis, também existe o estresse psicológico que gera consequências negativas para a saúde por ser um tipo de desgaste mental. Ele acontece, por exemplo, quando o indivíduo fica continuamente com medo do futuro ou com medo do julgamento dos outros. Nesse sentido, pode até mesmo não estar acontecendo um evento estressor, mas os pensamentos seriam geradores do estresse psicológico.

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Apesar do conteúdo esclarecedor, o ebook não substitui um acompanhamento psicológico. Recomendamos consultar um profissional da saúde para um tratamento personalizado para problemas relacionados à saúde mental.

Como o estresse impacta o corpo e a mente

O estresse afeta o corpo de diversas maneiras e com intensidades variadas. Quando estamos estressados, o organismo entra em um estado de “luta ou fuga”, uma resposta biológica que, em situações de risco, pode ser benéfica, permitindo-nos reagir rapidamente a uma ameaça.

No entanto, uma rotina causadora de estresse ou pensamentos estressores constantes acarretam uma série de problemas de saúde. Dentre os problemas mais comuns, destacamos:

  • Problemas cardíacos: O aumento da pressão arterial e a aceleração dos batimentos cardíacos, que podem contribuir para o desenvolvimento de doenças cardíacas.
  • Comprometimento do sistema imunológico: O estresse constante pode enfraquecer as defesas do corpo, tornando-o mais vulnerável a infecções e doenças.
  • Enxaqueca e dores de cabeça constantes: As dores de cabeça e crises de enxaqueca também são reflexos da sobrecarga de estresse
  • Insônia: A dificuldade de relaxar e dormir torna-se comum em pessoas com alto nível de estresse
  • Ansiedade: Dificuldade em se manter no presente e pensamentos recorrentes sobre o futuro desgastam o bem-estar e atrapalham a concentração e tomada de decisões
  • Depressão: O desânimo e a falta de interesse e envolvimento nas atividades do dia a dia desconecta as pessoas de um sentido na vida, resultando na queda de autoestima e de motivação
  • Distúrbios digestivos: O estresse pode afetar o sistema digestivo, gerando problemas como gastrite, síndrome do intestino irritável e outros distúrbios gastrointestinais.
  • Problemas musculoesqueléticos: A tensão muscular prolongada devido ao estresse pode causar dores crônicas, principalmente na região dos ombros, pescoço e costas.


Os Hormônios do Estresse

O estresse, quando persistente, tem efeitos profundos sobre o corpo, e muito disso se deve à ação de hormônios como o cortisol e a adrenalina. Esses hormônios são liberados pelo organismo em resposta ao estresse, ativando o que é conhecido como a resposta de "luta ou fuga". Embora essa resposta seja útil em situações imediatas de ameaça, o problema surge quando o estresse se torna crônico.

O cortisol, conhecido como o hormônio do estresse, é um dos principais responsáveis pelos efeitos adversos dessa condição prolongada. Sua produção constante pode afetar a memória, dificultando a capacidade de concentração e aprendizado. Além disso, o cortisol tem um impacto negativo no sistema imunológico, enfraquecendo as defesas do corpo e tornando-o mais suscetível a doenças. Esse desequilíbrio hormonal contribui para o aumento da ansiedade, criando um ciclo vicioso no qual o estresse alimenta mais estresse.

Já a adrenalina, outro hormônio fundamental durante o estresse, prepara o corpo para a ação imediata, aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial. No entanto, quando liberada de forma contínua devido ao estresse crônico, ela pode prejudicar o funcionamento do sistema cardiovascular e desencadear uma série de problemas físicos, como hipertensão e problemas cardíacos.

Portanto, embora a resposta ao estresse seja natural e inicialmente útil, quando prolongada, ela pode prejudicar a saúde e o bem-estar psicológico de diversas maneiras, afetando tanto o corpo quanto a mente. É essencial aprender a gerenciar o estresse de forma eficaz, minimizando a produção excessiva de cortisol e adrenalina, para evitar os danos que podem surgir com o tempo.

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Estresse no trabalho e a pressão por resultados

O ambiente de trabalho é um dos principais contextos onde o estresse se manifesta de forma mais evidente. Em uma sociedade voltada para o consumo e para a competitividade, as pessoas altamente produtivas são mais valorizadas e admiradas. Nesse sentido, todos se sentem pressionados a entregar resultados rápidos e de alta qualidade, mas na maioria das vezes sem ter tempo suficiente para descansar ou se recuperar o suficiente após a jornada de trabalho. A pressão por metas e o medo de não atender às expectativas geram um clima de ansiedade e tensão, que compromete a saúde mental dos trabalhadores.

Nesse modelo neoliberal, a busca incessante pelo sucesso na carreira e o medo de fracassar acabam gerando um estresse contínuo. Além disso, o home office e o trabalho no ambiente digital, trouxeram consigo a necessidade de estar disponível o tempo todo. Com isso, o tempo de trabalho acaba invadindo a vida pessoal, aumentando a sensação de cansaço e exaustão que, muitas vezes, leva a situações de esgotamento, como o burnout. Por isso, estabelecer limites e uma rotina que contemple espaço para o descanso e o lazer precisam ser incluídos entre as prioridades de quem cumpre jornada de trabalho.

Como reduzir o estresse: tratamentos e práticas eficazes

O desenvolvimento das habilidades de inteligência emocional nos permite ter autoconhecimento suficiente para saber quais são os nossos limites e preferências. Essas informações nos ajudam a nos relacionar melhor e a saber dizer não quando necessário. Além disso, aumenta nossa capacidade de ter empatia e nos colocar no lugar do outro.

Uma vida sem estresse não existe. Mas, podemos equilibrar a forma como lidamos com os desafios da vida. Algumas práticas que ajudam a reduzir o estresse incluem:

  • Atividade física regular: A prática constante de exercícios, como caminhada, corrida ou yoga, ajuda a reduzir o estresse ao liberar endorfinas, substâncias responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar.
  • Mindfulness e meditação: Técnicas de atenção plena (mindfulness) e meditação são poderosas ferramentas para acalmar a mente, reduzir a ansiedade e promover o equilíbrio emocional, concentrando-se no momento presente e afastando pensamentos negativos recorrentes.
  • Apoio psicológico: Abordagens terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), ajudam a identificar padrões de pensamento prejudiciais e ensinam estratégias para enfrentar as pressões cotidianas de forma mais saudável.
  • Descanso e lazer: Garantir tempo para descansar e desfrutar de momentos de lazer é fundamental para a recuperação mental. Estabelecer limites para desacelerar o ritmo diário pode ser um desafio, mas é essencial para o equilíbrio emocional.
  • Relaxamento e contato com a natureza: Técnicas de respiração, alongamento e contato com a natureza são formas de desacelerar e se reconectar com o presente e minimizar a sobrecarga de preocupações.
  • Conexões sociais e sentido de pertencimento: Criar laços de confiança e empatia com amigos e familiares contribui para uma sensação de inclusão social, reduzindo a solidão e aliviando o estresse.
  • Autocuidado: O autocuidado vai além de rituais de beleza; é sobre saber o que faz bem para você e realizar escolhas que proporcionem prazer e equilíbrio, sem se preocupar em corresponder às expectativas dos outros.
  • Estímulo à criatividade: Engajar-se em atividades criativas, sem pressão por resultados. Apenas praticar hobbies para se divertir e aumentar a sensação de bem estar.
  • Hábitos saudáveis: Manter uma rotina de sono adequada, alimentação balanceada e hidratação é fundamental para o funcionamento adequado do corpo, contribuindo para uma maior resiliência frente ao estresse.


Como prevenir o estresse?

Prevenir o estresse começa com a conscientização de que nossa saúde mental é tão importante quanto a saúde física. Cuidar da mente é fundamental para evitar que o estresse se acumule e traga consequências prejudiciais. Isso envolve cultivar o autoconhecimento, fortalecer a inteligência emocional e desenvolver habilidades de resiliência diante dos desafios da vida. Além disso, praticar a autocompaixão e buscar um equilíbrio saudável entre trabalho, descanso e relacionamentos pessoais são aspectos chave para manter o bem-estar e prevenir o impacto negativo do estresse.



Conclusão

O estresse é uma resposta do organismo que afeta diversas áreas da vida, desde o ambiente de trabalho até os relacionamentos amorosos. A pressão constante por desempenho, as diversas tarefas diárias e a busca por resultados rápidos têm contribuído para o aumento significativo de casos de estresse, ansiedade e burnout. No entanto, existem estratégias eficazes para prevenir e reduzir os efeitos do estresse, como a prática de técnicas de relaxamento, o cuidado contínuo com a saúde mental e a redefinição das expectativas em relação à produtividade.

Embora o mercado de trabalho valorize o desempenho incessante, é fundamental aprender a respeitar os próprios limites e a priorizar o bem-estar psicológico. Desacelerar e restaurar o equilíbrio, garantindo tempo para o descanso, é necessário para a manutenção da saúde mental. Em momentos de sobrecarga emocional, buscar ajuda psicológica é essencial. Profissionais capacitados podem oferecer suporte e ferramentas adequadas para lidar com o estresse de maneira saudável, ajudando a prevenir que ele se torne um problema crônico. Lembre-se: cuidar da saúde mental é um passo fundamental para garantir uma vida mais equilibrada e satisfatória.

Perguntas Frequentes sobre Estresse

  1. Quais são os principais sintomas do estresse e como identificá-los?

    Os sintomas do estresse podem ser físicos, emocionais e comportamentais. Entre os sinais mais comuns estão: tensão muscular, ansiedade, dores de cabeça, cansaço excessivo, dificuldades para dormir, irritabilidade, ansiedade e dificuldade de concentração. Se esses sintomas se mantiverem por um período prolongado e interferirem nas atividades diárias, pode ser um indicativo de estresse crônico, que requer atenção e, possivelmente, tratamento.

  2. Como posso gerenciar o estresse no meu dia a dia e evitar que ele se torne crônico?

    Para gerenciar o estresse de maneira eficaz, é importante adotar práticas que promovam o equilíbrio físico e mental. Algumas estratégias incluem: a prática regular de exercícios físicos, como caminhada ou yoga, o uso de técnicas de relaxamento e mindfulness, estabelecer limites saudáveis entre trabalho e vida pessoal, garantir momentos de descanso e lazer, e buscar apoio psicológico quando necessário. Além disso, é fundamental aprender a reconhecer seus limites e a não sobrecarregar-se com expectativas irreais.

Referências

https://curadoria.casadosaber.com.br/curso/320/saude-mental-e-estresse-uma-visao-das-neurociencias

https://www.rockefeller.edu/news/27135-neuroscientist-bruce-mcewen-studied-impact-stress-brain-died/

Gestalt-terapia: abordagem da psicologia, conceito e princípios
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Gestalt-terapia: abordagem da psicologia, conceito e princípios
Explore as raízes fenomenológicas da Gestalt, suas leis da percepção e o impacto transformador no campo terapêutico e na psicologia.

Gosto da forma como alguns teóricos da Gestalt apresentam a abordagem, destacando que ela é, ao mesmo tempo, uma arte e uma ciência.

Além disso, é interessante expandirmos nossos horizontes e olhares para diferentes tipos de abordagens, pois, assim como o ser humano é múltiplo, também são as formas de lidar com ele.

De acordo com a fala de Luiz Hanns, no curso “Psicoterapia contemporânea: por uma integração transteórica de diversas práticas e teorias”, hoje temos mais de mil diferentes abordagens, metodologias e técnicas de psicoterapia.

A maioria delas é formada por até quinze matrizes, que servem de base para uma ampla diversidade – e apesar da fragmentação teórica, muitas acabam dialogando entre si.

Neste texto falaremos sobre a Gestalt, que oferece uma importante contribuição para as linhas da psicologia: sua visão holística do ser humano, compreendido como um ser biopsicossocial em constante interação com o meio. Essa abordagem considera não apenas a pessoa em sua totalidade, mas também o contexto em que está inserida.



O surgimento da abordagem Gestalt

Um dos nomes que encontramos ao pesquisar sobre a Gestalt é o de Max Wertheimer, pois o primeiro estudo oficial contou com sua autoria, juntamente com Kurt Koffka e Wolfgang Köhler – seus trabalhos estavam alinhados à corrente fenomenológica alemã – e a Gestalt-terapia é a própria fenomenologia aplicada.

Embora Max Wertheimer seja uma figura central no desenvolvimento da Psicologia da Gestalt, sua contribuição, assim como a dos outros nomes mencionados, está mais diretamente ligada à psicologia experimental e à teoria da percepção. Como um dos fundadores da escola de Psicologia da Gestalt, sua influência foi indireta na Gestalt-terapia, posteriormente desenvolvida por Fritz Perls e seus colaboradores.

Nessa abordagem mais ampla desenvolvida por eles, o foco do estudo estava em compreender como os seres humanos percebem e organizam os estímulos sensoriais em configurações significativas, ao invés de analisá-los como elementos individuais isolados.

Dessa forma, a Gestalt-terapia adaptou essa ideia e a aplicou no campo emocional e psicológico, com foco em como as pessoas vivenciam e organizam suas experiências.

No Brasil, suas raízes foram lançadas por volta de 1970, com uma palestra seguida de um convite para que terapeutas estrangeiros formassem o primeiro grupo de Gestalt-terapeutas no país.

Quando surgiu no campo terapêutico, a abordagem despertou um grande interesse entre profissionais da área social, como educadores especializados, assistentes sociais, diretores de instituições para jovens em situação de vulnerabilidade e conselheiros conjugais, entre outros. O que chamava a atenção não era apenas o método em si, mas sua capacidade de atender de forma específica e eficaz às demandas práticas de suas atividades.

Imagem surrealista com um homem vestido com terno e sapatos sociais sentado em uma poltrona laranja no topo de um precipício. Ao fundo, sol e nuvens, além de lustres em formato de discos voadores.

Afinal, o que é Gestalt?

A pergunta de milhões vem de uma época em que seus teóricos ainda se diziam psicanalistas e, claro, bebiam da fonte de Sigmund Freud. Fritz Perls e sua esposa Laura Perls, faziam parte de um grupo de artistas e intelectuais não conformistas.

Perls era considerado por muitos como o criador da Gestalt-terapia, porém, analisando alguns livros, podemos encontrar o que era chamado de “grupo dos sete”, que englobava nomes como: Isadore From, Paul Goodman, Paul Weisz, Sylvester Eastman, Elliot Shapiro e Ralph Hefferline, além de Laura.

A abordagem acabou se tornando uma das forças rebeldes, humanistas e existenciais da psicologia, sendo redescoberta durante toda a história da humanidade, visto que seus conceitos e teorias continuam aparecendo sob novas formas.

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A Gestalt-terapia utiliza ferramentas criadas ou aprimoradas por Pearls – autointitulado como “redescobridor da gestalt” – para ajudar a desbloquear o modo natural de funcionamento do ser humano e, a partir dessa liberação, proporcionar uma vivência direta do que é a Gestalt.

Porém, apenas a experiência pode fazer isso – a própria experiência de si mesmo –, ou seja, não é uma teoria que pode ser colocada de forma fundamentada em um papel. Ela se baseia na compreensão da existência do indivíduo, focando na experiência do "ser" e na interação do ser humano com o mundo ao seu redor, considerando tanto a dimensão mental quanto a biológica.

Na Gestalt-terapia, é possível aprender a prestar atenção no que está acontecendo internamente, tanto na mente quanto no corpo, como uma forma de se entender melhor.

Essa forma de atuação pode ser desafiadora, pois, na maioria das vezes, estamos tão focados em nossas atividades diárias que nem percebemos o que estamos fazendo, sentindo ou querendo – vivemos de maneira automática, em muitos dos casos.

Em vez de observarmos o que está acontecendo enquanto falamos ou agimos, como se estivéssemos em um estado meditativo, acabamos nos identificando com o conteúdo das nossas palavras ou ações. Isso nos prende em ciclos, como sentir pena de nós mesmos, culpar os outros ou nos julgar, sem perceber que estamos apenas repetindo esses sentimentos e pensamentos. Dessa forma, o objetivo dos terapeutas da abordagem é ampliar o potencial humano por meio do processo de integração, apoiando os interesses, desejos e necessidades genuínas de cada pessoa.

Sabe aquele sentimento que fica guardado por muito tempo, sem ter a mínima condição de ser expressado? A Gestalt-terapia ajuda a nos “livrarmos” dele e, ao invés de esconder ou reprimir o que sentimos, aprendemos a expressar emoções de maneira saudável.

E isso se dá através de métodos específicos – e até mesmo simples –, como bater em uma almofada ou conversar com uma cadeira vazia, liberando assim esses sentimentos de forma segura e sem nenhum tipo de julgamento.

Como em outros tipos de terapia, ela não oferece a cura para todos os problemas, mas auxilia a viver melhor em um mundo cheio deles. Isso porque, quando conseguimos entender claramente o que está acontecendo na nossa vida, ela fica mais tranquila, sem confusão ou sofrimentos desnecessários, entrando em contato com o que sentimos, percebendo o que acontece ao nosso redor e formando nossas próprias experiências e interpretações.

Por fora existe uma imagem de um casal de idosos olhando um para o outro. A mulher está do lado esquerdo, com cabelos brancos e brinco em formato de garrafa. Ele, do lado direito, é calvo. Olhando de um outro ângulo, a figura externa é formada por duas entradas de um salão onde em cada portal estão sentados dois homens. O do lado direito segura na cabeça um pote de barro, ao lado do pé do seu pé direito uma garrafa transparente (que é o brinco da senhora). O do lado direito está sentado no chão sobre o portal segurando um violão e cantando. Atrás dele uma mulher aparece em um outro portal.

A psicologia das formas e as leis da Gestalt

Um dos principais conceitos da Gestalt-terapia trabalha com a relação de figura e fundo – que abarca seus princípios –, que é a forma como percebemos e organizamos nossas experiências. Em vez de olhar apenas para os elementos isolados, como faz a psicanálise, considera a totalidade da experiência.

Por exemplo, no contexto terapêutico, o comportamento do paciente não é uma manifestação isolada, mas o resultado de múltiplas variáveis que emergem na interação com o terapeuta. Por isso, o terapeuta deve atuar com flexibilidade e sensibilidade, ajustando-se às constantes dinâmicas e transformações do "campo" terapêutico.

As leis da Gestalt estão intimamente relacionadas com a psicologia das formas (ou psicologia da percepção), sendo considerada como uma das bases da teoria da Gestalt.

Ela investiga como o ser humano percebe, organiza e interpreta os estímulos sensoriais, formando padrões ou figuras significativas, em vez de simplesmente analisar os elementos de forma isolada. Dessa maneira, explica como o cérebro organiza os estímulos visuais para criar uma percepção clara e coerente do mundo, buscando sempre entender o todo, e não apenas suas partes.

Uma das leis fundamentais é a da Pregnância, também conhecida como lei da forma, que afirma que nossa percepção tende a organizar os estímulos de maneira mais simples, estável e completa, preferindo formas claras e simétricas. Em outras palavras, o cérebro busca sempre a forma mais "organizada" e "completa", aquela que exige o menor esforço cognitivo para ser compreendida. No esquema a seguir podemos explorar as demais leis:

Leis da Gestalt

Como ela se coloca

Unidade Afirma que o cérebro humano tende a perceber grupos ou elementos como uma única unidade, em vez de vê-los como partes separadas.
Unificação Descreve a tendência do cérebro de agrupar estímulos separados em uma unidade coerente quando há uma relação entre eles, formando uma figura única, similar à Lei da Unidade, mas com foco na conexão entre os elementos.
Semelhança Fala sobre a tendência do cérebro de agrupar elementos com características semelhantes, como cor, forma ou tamanho, em uma única unidade ou figura.
Proximidade Afirma que elementos próximos uns dos outros são percebidos como pertencentes ao mesmo grupo, independentemente de suas características individuais.
Fechamento Descreve que o cérebro tende a completar figuras incompletas, preenchendo lacunas para formar uma unidade coerente.
Continuidade Diz sobre como a nossa mente organiza elementos em uma sequência contínua, percebendo-os como um fluxo suave, mesmo quando há interrupções.
Segregação Sustenta que o cérebro tende a separar elementos distintos e organizá-los em grupos ou figuras diferentes, mesmo que compartilhem o mesmo espaço.


Essas leis explicam como organizamos as informações visuais para perceber o mundo de maneira estruturada e coerente, muitas vezes sem nos darmos conta de que esse processo está ocorrendo.

O que Fritz Perls ensinou em sua teoria é que as dificuldades de uma pessoa estão sempre no presente, e qualquer maneira de trazê-las à tona ajudará tanto o terapeuta quanto o cliente a entender melhor a situação.

A Gestalt-terapia não é apenas uma filosofia de viver no aqui e agora, mas também um conjunto de práticas que, com o tempo, aprimoram a capacidade de estar totalmente presente no momento.

As pessoas estão tão habituadas a viver em meio aos pensamentos, seguindo os padrões da consciência, dos hábitos e das expectativas, que, ao atingirem a vida adulta, já aprenderam a bloquear a experiência de viver esse presente, como falado anteriormente.

Então, Fritz demonstrou diversas maneiras de fazer com que essas questões se tornem visíveis. Sendo assim, a Gestalt, essencialmente, é uma abordagem que busca despertar as sutilezas da vida, permitindo que elas se manifestem, para que a vida seja percebida e compreendida de maneira mais clara.

Ela propõe uma abordagem que não foca apenas no cliente individual, mas também na relação estabelecida entre ele e o terapeuta. A ênfase está no "campo" no qual o processo terapêutico ocorre, o que significa que tanto o cliente quanto o terapeuta são parte ativa da experiência.

Podemos dizer que Fritz Perls e Paul Goodman deslocaram a ênfase do "por quê?" do passado para o "como?" no presente, permitindo que a pessoa se torne mais consciente de suas experiências no momento atual. A ideia de awareness (consciência) surge aqui, permitindo que o cliente perceba o que está acontecendo com ele tanto interna quanto externamente, de forma corporal, mental e emocional. A awareness não é apenas uma reflexão sobre o problema, mas uma integração criativa do que está sendo experienciado, relembrado ou dito no momento presente.

Diferente da psicanálise, que explora o passado e os processos inconscientes do paciente, a Gestalt-terapia foca no que está acontecendo no "aqui e agora". Em vez de permitir que o terapeuta permaneça distante ou semi-oculto, a abordagem gestáltica coloca o terapeuta no centro da experiência terapêutica, junto ao cliente. A relação entre ambos deve ser clara e dinâmica, com o terapeuta se envolvendo no processo sem se esconder atrás das cortinas.

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Para quem é indicada a Gestalt-terapia?

Como falamos anteriormente, a Gestalt-terapia consiste em explorar e entender a estrutura interna da experiência concreta do cliente. O objetivo é investigar não apenas o que está sendo dito ou feito, mas como está sendo expressado – gestos, expressões faciais, tom de voz e outros detalhes são analisados.

Dessa forma, a importância do corpo como parte fundamental da experiência também é reconhecida. O terapeuta presta atenção nas manifestações corporais do cliente, como posturas e movimentos involuntários, que podem revelar aspectos da experiência emocional ou psicológica que o cliente talvez não esteja consciente. O sintoma corporal, portanto, é utilizado como uma “porta de entrada” para o processo terapêutico, respeitando a forma como o cliente se expressa, ainda que de maneira involuntária.

Podemos dizer que a Gestalt, mais do que uma psicoterapia, é uma ferramenta metodológica que permite uma visão holística do ser humano. Ela integra várias correntes terapêuticas e filosóficas e prepara o terreno para uma nova visão do homem, onde a busca pelo "ser" integrado supera a busca pelo "ter" fragmentado. Em vez de um foco na causa ou no "porquê", valoriza o "como" e o "para quê", enfatizando a experiência direta, a percepção e a consciência do presente. Essa abordagem não busca ser uma ciência no sentido tradicional, mas continua sendo uma arte que acompanha as tendências contemporâneas.

Por isso, é indicada para uma ampla variedade de pessoas, pois não se restringe a tratamentos de transtornos psicológicos específicos, mas busca promover o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal:

  • Para aqueles que desejam compreender melhor seus sentimentos, pensamentos, comportamentos e suas interações com o mundo ao seu redor.
  • Pessoas que enfrentam desafios como ansiedade, depressão, estresse ou outros sintomas que afetam seu bem-estar emocional, mas que ainda não necessariamente possuem um diagnóstico clínico.
  • Quem está vivendo momentos de transição na vida, como mudanças de carreira, divórcio, aposentadoria, entre outras situações que exigem adaptação ou reflexão sobre novos caminhos.
  • Ou que possui dificuldade de expressar, compreender emoções ou que enfrentam desafios nos relacionamentos interpessoais, seja com familiares, amigos ou colegas de trabalho.
  • Especialmente útil para quem deseja conectar mais profundamente com seu corpo, por meio da observação de posturas, respiração, microgestos e outras manifestações físicas que refletem o estado emocional.
  • Pessoas que preferem uma abordagem terapêutica que não se concentre tanto em explicações analíticas, mas sim na vivência do momento presente e na construção do significado da experiência de forma prática.
  • Podendo também ser aplicada em contextos de grupos ou terapia familiar, ajudando a identificar padrões de interação, aumentar a consciência coletiva e facilitar a comunicação entre os membros.


A Gestalt-terapia é uma abordagem terapêutica flexível e profunda, indicada para qualquer pessoa que deseje se reconectar consigo mesma, compreender suas emoções e comportamentos, e promover um maior equilíbrio nas suas relações e na sua vida. Ao focar no presente, auxilia no autoconhecimento e no desenvolvimento de uma consciência mais plena e integrada.

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Referências bibliográficas

GINGER, Serge. Gestalt: uma terapia do contato. São Paulo: Summus, 1995.

PERLS, Frederick Salomon. Isto é Gestalt. São Paulo: Summus, 1977.

PERLS, Frederick Salomon. Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 1997.

Inteligência Emocional: como desenvolver, livros, Daniel Goleman
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Inteligência Emocional: como desenvolver, livros, Daniel Goleman
O que é Inteligência Emocional e como desenvolver, Soft Skills, 5 habilidades da inteligência emocional no trabalho, empatia, psicologia e neurociênci

Inteligência Emocional: Entenda Como Ela Pode Transformar Sua Vida

A inteligência emocional, popularizada pelo psicólogo Daniel Goleman em 1995, é uma habilidade socioemocional importante para o equilíbrio em várias áreas da vida, inclusive no ambiente de trabalho. No livro Inteligência Emocional, Goleman destacou que essa habilidade é tão importante quanto o coeficiente intelectual (QI) para o bem-estar pois nos permite reconhecer e gerenciar tanto nossas emoções quanto as dos outros.

Nesse sentido, a inteligência emocional apresenta-se como uma competência que contribui para tomadas de decisão mais assertivas e para desenvolver relacionamentos melhores. Neste artigo, vamos apresentar o conceito de inteligência emocional, suas principais competências e como colocá-la em prática para ter uma melhora significativa em todas as áreas da vida.



O que é Inteligência Emocional?

A Inteligência Emocional refere-se à habilidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções, bem como perceber e lidar com as emoções dos outros. Popularizada pelo psicólogo Daniel Goleman, ela abrange cinco componentes principais: autoconsciência, autorregulação, motivação, empatia e habilidades sociais, e é essencial tanto no âmbito pessoal quanto profissional.

A Inteligência Emocional também está ligada à neuroplasticidade, ou seja, à nossa capacidade de criar novas conexões cerebrais ao longo do tempo. Ao praticar essas habilidades, conseguimos reconfigurar nossos padrões emocionais e comportamentais, o que permite um maior controle sobre nossas reações automáticas. Embora inicialmente desafiador, esse processo de desenvolvimento se torna mais natural com a prática contínua.

Confira a seguir os principais componentes que formam a Inteligência Emocional:

COMPONENTES DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL SIGNIFICADO
Autoconsciência É a base da inteligência emocional. Ela permite identificar nossas emoções no momento em que surgem, compreender suas causas e reconhecer como afetam nossos pensamentos e comportamentos. Esse autoconhecimento é crucial para lidar de forma mais equilibrada com os desafios do dia a dia.
Autorregulação Diz respeito à capacidade de controlar impulsos e reagir de forma equilibrada, especialmente em situações de estresse ou adversidade. A pessoa emocionalmente inteligente é capaz de manter a calma e tomar decisões ponderadas, evitando reações automáticas que poderiam ser prejudiciais.
Motivação Está relacionada à capacidade de se manter focado em objetivos de longo prazo, apesar das dificuldades. Indivíduos com alta inteligência emocional são motivados por mais do que recompensas externas, como dinheiro ou reconhecimento; eles encontram satisfação no próprio processo e no impacto positivo que causam no mundo ao seu redor.
Empatia Envolve a capacidade de compreender e compartilhar os sentimentos dos outros. Em ambientes de trabalho, por exemplo, essa habilidade é essencial para líderes, pois permite que eles reconheçam e atendam às necessidades emocionais dos membros da equipe, promovendo um ambiente de compreensão e colaboração.
Habilidades sociais Referem-se à capacidade de construir e manter relacionamentos saudáveis e produtivos. Isso envolve comunicação eficaz, escuta ativa e resolução de conflitos de maneira construtiva.


Além disso, a Inteligência Emocional desempenha um papel fundamental na tomada de decisões, pois nos permite reconhecer e regular nossas emoções de maneira eficaz. Ao gerenciar nossas respostas emocionais, podemos tomar decisões mais assertivas e alinhadas com nossos objetivos de longo prazo, sem negligenciar as emoções sentidas. Esse processo envolve a prática constante de autocontrole e o desenvolvimento de melhores condutas.

Na Casa do Saber, você encontra uma seleção de cursos dedicados ao desenvolvimento da Inteligência Emocional, habilidade essencial para o crescimento pessoal e profissional. Esses cursos abordam desde os fundamentos da autoconsciência e autorregulação emocional até a aplicação da empatia e das habilidades sociais em diferentes contextos. São oportunidades valiosas para aprender a gerenciar as próprias emoções e melhorar as relações interpessoais. Confira a seguir os cursos disponíveis:



Quais são as características de pessoas com Inteligência Emocional?

  • Autocontrole
  • Autoconsciência
  • Otimismo Realista
  • Prática de Gratidão
  • Capacidade de Adaptabilidade
  • Trabalham bem em grupo
  • Resiliência
  • Liderança e Influência
  • Visão Sistêmica


Como as Emoções Influenciam Nossas Decisões Diárias?

As emoções estão sempre presentes em nossas decisões, muitas vezes influenciando nossa escolha de forma inconsciente. Por exemplo, quando estamos nervosos ou ansiosos, podemos tomar decisões impulsivas que não são as mais racionais. Por outro lado, emoções positivas, como a confiança, podem nos levar a agir de maneira mais assertiva e otimista.

A inteligência emocional nos ajuda a entender nossas emoções e a não deixar que elas nos controlem. Ao aprender a identificar o que estamos sentindo, podemos fazer escolhas mais equilibradas e refletidas. Afinal, gerenciar nossas emoções de forma adequada é fundamental para alcançarmos o bem estar. Além disso, a inteligência emocional nos ajuda a desenvolver empatia, um dos pilares da felicidade em nossas relações com os outros. Pessoas emocionalmente inteligentes tendem a ser mais altruístas, criando um ambiente de apoio e compreensão, o que também contribui para sua felicidade.

No mundo corporativo, a inteligência emocional é uma das habilidades mais requisitadas pelos empregadores. Com a automação de tarefas repetitivas e a evolução tecnológica, as empresas estão cada vez mais valorizando os aspectos emocionais de seus colaboradores. Competências como compaixão, comunicação eficaz e resolução de conflitos são fundamentais para o bom desempenho de uma equipe.

Estudos apontam que pessoas com alta inteligência emocional são mais produtivas, melhores em trabalhar em equipe e têm maior capacidade de tomar decisões complexas e de lidar com a exposição de suas vulnerabilidades. Por isso, desenvolver essa habilidade é muito importante para o crescimento pessoal e para a carreira profissional.

Como Desenvolver Sua Inteligência Emocional: 5 Passos Essenciais

Desenvolver inteligência emocional é um processo contínuo e diário, que exige dedicação e prática. Aqui estão cinco passos essenciais para começar:

  1. Trabalhar o autoconhecimento: reconhecer as emoções que podem estar atrapalhando o dia a dia, refletir como as emoções podem estar influenciando no comportamento. Saber o que te motiva também contribui para o autoconhecimento.
  2. Desenvolver a autoconfiança: Entender quais são os próprios limites e capacidades. Reconhecer seus pontos fortes e também os pontos fracos.
  3. Fazer autoavaliações: pensar a respeito do que você está sentindo, seja uma frustração ou um entusiasmo. Reconhecer as emoções negativas e positivas para saber tomar melhores decisões.
  4. Capacidade de ouvir críticas construtivas: pedir opiniões com a intenção de crescer através dos feedbacks externos. Além disso, fazer autoavaliações diante de situações que tiveram um resultado diferente do almejado
  5. Rir de si mesmo: compreender que o erro faz parte da vida e lidar com mais leveza diante das situações que não aconteceram da maneira que você queria. Ser menos crítico consigo mesmo e desenvolver a autocompaixão.


Como a Inteligência Emocional Pode Melhorar os Relacionamentos Interpessoais?

Relacionamentos saudáveis são fundamentais para o bem-estar emocional, e a inteligência emocional tem um papel central na construção e manutenção desses relacionamentos. Pessoas com alta inteligência emocional tendem a ser mais empáticas e amorosas, ouvindo os outros com atenção e respondendo de maneira construtiva.

Além disso, a capacidade de autorregulação emocional ajuda a evitar discussões impulsivas e mal-entendidos, criando um ambiente mais harmonioso e respeitoso nas interações. Dessa forma, investir no desenvolvimento da inteligência emocional pode ser um passo importante para fortalecer os vínculos com as pessoas ao seu redor.

O Impacto da Inteligência Emocional na Saúde Mental

A inteligência emocional também tem uma relação direta com a saúde mental. Ser capaz de entender e gerenciar as próprias emoções é uma forma de prevenir transtornos como ansiedade, depressão e estresse. Muitas vezes, quando estamos emocionalmente sobrecarregados ou não conseguimos lidar com nossas emoções de maneira saudável, isso afeta diretamente nosso bem-estar psicológico.

Pessoas com alta inteligência emocional têm maior capacidade de lidar com desafios e pressões sem se deixarem dominar por sentimentos negativos. Elas sabem como identificar sinais de alerta, como o estresse excessivo ou os sentimentos de angústia, e sabem como tomar medidas para reverter esse quadro. Isso inclui práticas como a meditação, o autocuidado e a busca por apoio profissional quando necessário.

No contexto atual, onde as redes sociais têm um papel central na nossa vida cotidiana, é fundamental entender como a exposição constante a esses ambientes pode impactar nossa saúde mental e aumentar a ansiedade. O ebook gratuito Ansiedade e Redes Sociais: Como Recuperar e Proteger sua Saúde Mental? oferece ferramentas para lidar com esses desafios. O ebook foi escrito com base no conteúdo do curso Saúde Mental e Estresse: Uma Visão das Neurociências, da Casa do Saber, ministrado pela doutora em Ciências pela UFRJ, Ana Carolina Souza. Para ter acesso ao conteúdo completo do ebook, preencha o formulário abaixo:

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Inteligência Emocional na Liderança

No contexto profissional, a liderança é uma área onde a inteligência emocional se destaca como um diferencial importante. Líderes que dominam as habilidades emocionais são capazes de motivar suas equipes, resolver conflitos de maneira eficaz e criar um ambiente de trabalho saudável e produtivo. A empatia, por exemplo, permite que o líder compreenda as necessidades e preocupações de seus colaboradores, criando um espaço para comunicação aberta e apoio mútuo.

Além disso, a autorregulação emocional de um líder é fundamental. Quando um líder consegue manter a calma sob pressão, demonstrando controle emocional mesmo em momentos de crise, ele transmite confiança para sua equipe, que se sente mais segura e orientada a tomar decisões assertivas.

Uma liderança emocionalmente inteligente também sabe a importância do reconhecimento e da valorização das pessoas. Esse tipo de líder se preocupa com o bem-estar emocional de seus colaboradores, o que resulta em um ambiente de trabalho mais engajado, produtivo e criativo. Organizações que investem no desenvolvimento da inteligência emocional de seus líderes geralmente têm equipes mais motivadas, comprometidas e satisfeitas com o ambiente de trabalho.

Como a Inteligência Emocional Pode Melhorar a Qualidade de Vida?

A inteligência emocional impacta diretamente a qualidade de vida, pois nos proporciona as ferramentas necessárias para lidar com as adversidades de forma equilibrada e saudável. Ao aprimorar a inteligência emocional, conseguimos enfrentar os desafios diários com mais leveza e confiança, criando um equilíbrio entre o trabalho, o lazer e os relacionamentos pessoais.

Uma pessoa com alta inteligência emocional também tende a ser mais autoconfiante, pois compreende suas próprias forças e fraquezas. Essa autoconfiança ajuda a reduzir os níveis de insegurança e aumenta a sensação de realização pessoal, o que contribui para uma vida mais satisfatória.

Além disso, ao aprender a controlar o estresse e as emoções negativas, você pode melhorar sua saúde física, já que a redução do estresse está diretamente ligada à diminuição de riscos de doenças como hipertensão, doenças cardíacas e problemas de sono. A inteligência emocional, ao fortalecer o bem-estar psicológico, acaba tendo um impacto positivo em diversos aspectos da saúde, refletindo-se também na qualidade de vida geral.



Melhores Livros sobre Inteligência Emocional

Listamos abaixo as principais publicações sobre Inteligência Emocional, caso você tenha interesse em aprofundar seu conhecimento no assunto:

  1. Inteligência Emocional - Daniel Goleman
  2. A Coragem de Ser Imperfeito - Brené Brown
  3. Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar - Daniel Kahneman
  4. Trabalhando com a Inteligência Emocional - Daniel Goleman
  5. Agilidade Emocional - Susan David
  6. Foco - Daniel Goleman
  7. Inteligência Emocional 2.0 - Travis Bradberry e Jean Greaves


Conclusão

A inteligência emocional é uma habilidade essencial para uma vida pessoal e profissional mais equilibrada e satisfatória. Ao aprender a reconhecer e gerenciar suas emoções, você será capaz de tomar decisões mais sábias, melhorar suas relações interpessoais e alcançar seus objetivos com mais facilidade. No ambiente de trabalho, ela é fundamental para lidar com os desafios diários e para tornar o convívio mais humano, diante do desenvolvimento avassalador da inteligência artificial.

Ao praticar a inteligência emocional, aprendemos a ouvir ativamente, comunicar nossas próprias emoções de forma assertiva e, quando necessário, pedir desculpas ou oferecer perdão. Essas ações ajudam a transformar um conflito em uma oportunidade de aprendizado e crescimento, fortalecendo as relações e promovendo relacionamentos mais harmoniosos.

Investir no desenvolvimento da inteligência emocional traz benefícios para a sua saúde mental e emocional. Comece agora a trabalhar em sua autoconsciência, autorregulação e empatia, e observe os resultados positivos em todos os aspectos da sua vida.




Perguntas Frequentes

  1. Como a inteligência emocional pode melhorar minha vida profissional?

Desenvolver inteligência emocional no trabalho pode melhorar sua capacidade de lidar com o estresse, tomar decisões assertivas e trabalhar de maneira mais eficiente em equipe. Além disso, pessoas emocionalmente inteligentes têm mais facilidade em se adaptar a mudanças e liderar com empatia.

  1. Quais são os primeiros passos para começar a desenvolver minha inteligência emocional?

O primeiro passo é praticar a autoconsciência, ou seja, estar atento às suas emoções e como elas influenciam seu comportamento. A partir disso, você pode trabalhar na autorregulação e na empatia, buscando sempre melhorar sua capacidade de lidar com as situações emocionais de forma equilibrada e construtiva.

Referências:

https://porvir.org/daniel-goleman-identifica-o-papel-da-inteligencia-emocional-na-educacao/





Burnout: Sintomas do Cansaço Mental, Causas e Tratamento
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Burnout: Sintomas do Cansaço Mental, Causas e Tratamento
Conheça os sintomas da síndrome de burnout, mal-estar ligado ao trabalho, e descubra como o tratamento pode ajudar a restaurar o equilíbrio emocional

Nos últimos anos, o termo burnout se popularizou e tem se tornado cada vez mais presente no vocabulário de quem lida com as pressões do ambiente de trabalho e as inúmeras atividades da vida moderna.

Caracterizado por um estado de exaustão física e emocional, o burnout é uma síndrome do esgotamento profissional que afeta especialmente aqueles que vivem em locais de alto estresse. Seus efeitos costumam ser devastadores para o indivíduo acometido e também para seus relacionamentos profissionais e pessoais.

Neste artigo, vamos mostrar como o burnout se desenvolve, quais são seus principais sintomas e discutir o impacto do neoliberalismo nesse cenário, além de apresentar opções de tratamento para lidar com esse problema crescente no mundo do trabalho.

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O que é a Síndrome de Burnout?

A síndrome de burnout é um distúrbio emocional que resulta da exposição prolongada ao estresse das exigências do trabalho, seja pelas longas horas da jornada laboral ou pelas responsabilidades das atribuições. O burnout é identificado pela exaustão física e mental que causa no indivíduo, devido às atividades do trabalho.

A síndrome está incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), de 2019, como um fenômeno ocupacional. Ela não é uma doença, mas está descrita como um fator que influencia o estado de saúde.

O termo "burnout" significa "queimar até o fim" e foi adotado pelo psicólogo Herbert Freudenberger na década de 1970, para definir o esgotamento de profissionais de saúde e cuidadores de dependentes químicos. Com o tempo, o conceito se expandiu para qualquer profissional exposto a níveis elevados de pressão e estresse no ambiente de trabalho.

Burnout vai além de um simples cansaço após um dia exaustivo. Trata-se de um processo gradual que leva à exaustão física e mental, prejudicando a saúde psicológica e a produtividade. Com pressão por resultados e a falta de tempo para o autocuidado, o trabalhador começa a perder o entusiasmo pelas tarefas diárias, chegando a se sentir incapaz de atender às expectativas profissionais e até pessoais.

O contexto de competitividade que faz parte da lógica neoliberal cria um terreno propício para o desenvolvimento dos casos de burnout. Principalmente porque o neoliberalismo valoriza a produtividade e o desempenho profissional acima do bem-estar individual.

Causas e Fatores de Risco do Burnout

O burnout não surge repentinamente; ele é o resultado de um acúmulo gradual de fatores estressantes ao longo do tempo. As principais causas incluem:

  • Sobrecarga de Responsabilidades: A pressão constante para atender às exigências profissionais, mesmo diante do esgotamento, é um dos principais gatilhos. A sensação de nunca conseguir "fazer o suficiente" alimenta o ciclo de exaustão.
  • Horas Extras Frequentes: A necessidade de trabalhar além do horário normal, seja por exigências externas ou internas, compromete o tempo de descanso e acelera o desgaste físico e mental.
  • Estresse Contínuo: A exposição constante ao estresse, especialmente em ambientes de alta pressão, pode criar um clima tóxico para a saúde mental e física. Profissionais que enfrentam situações de grande responsabilidade são especialmente vulneráveis.
  • Falta de Equilíbrio entre Vida Profissional e Pessoal: A dificuldade em estabelecer limites claros entre trabalho e vida pessoal contribui significativamente para o desenvolvimento do burnout, levando a um esgotamento generalizado.


Sintomas de Burnout: Como Identificar os Sinais de Alerta

A identificação dos sintomas de burnout pode ser difícil, pois, muitas vezes, os sinais iniciais são confundidos com simples cansaço ou falta de motivação temporária. No entanto, existem alguns sintomas específicos que podem indicar o início da síndrome. Entre os sintomas de burnout, destacam-se:

  1. Exaustão constante: O cansaço físico e mental é profundo e persistente, não se resolvendo com descanso. A pessoa sente que, por mais que tente descansar, sua energia nunca é restaurada.
  2. Queda na eficiência no trabalho: A exaustão física e mental reduz a capacidade de produzir de forma eficaz, ao contrário da crença popular de que trabalhar mais horas leva a mais resultados. A fadiga só aumenta os erros e a sensação de ineficiência.
  3. Sentimento de fracasso e incompetência: A sensação de não ser capaz de atender às expectativas – seja de si mesmo ou dos outros – leva à baixa autoestima e a um quadro de insegurança crônica.
  4. Distanciamento emocional – A pessoa pode começar a se sentir desconectada de suas responsabilidades, criando um certo cinismo em relação ao trabalho, como forma de proteção contra a sobrecarga emocional.
  5. Sintomas físicos – O estresse excessivo pode causar dores de cabeça, insônia, problemas digestivos, dores musculares e até aumento da pressão arterial, sinais de que o corpo também está sobrecarregado.
  6. Flutuações de humor: A pessoa com burnout frequentemente experimenta mudanças abruptas de humor, como irritabilidade, ansiedade e episódios depressivos. Essas oscilações afetam negativamente tanto o ambiente de trabalho quanto as relações pessoais.
  7. Dificuldade de concentração: A perda de foco nas tarefas cotidianas é um dos sinais mais evidentes do burnout, o que resulta em uma queda na performance e um aumento na sensação de incapacidade.


Esses sintomas não aparecem de forma abrupta, mas se desenvolvem ao longo do tempo. Quando não tratados, podem levar a sérios danos à saúde mental e física, criando um ciclo vicioso de exaustão.

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O Impacto do Neoliberalismo no Desenvolvimento da Síndrome de Burnout

Nos últimos anos, o ambiente de trabalho tem sido profundamente marcado por uma busca incessante por produtividade. E, de acordo com o professor de filosofia da Universidade de São Paulo, Vladimir Safatle, o neoliberalismo, com seu foco em empreendedorismo e eficiência a qualquer custo, contribui para esse cenário, criando um ambiente onde o trabalhador é constantemente desafiado a se superar, muitas vezes sem considerar suas necessidades emocionais e psicológicas.

A lógica neoliberal, que valoriza a competitividade e a constante busca por resultados, muitas vezes resulta na falta de satisfação e felicidade dos profissionais, fazendo com que o trabalho se torne uma fonte de estresse. O incentivo à "performance" e à "excelência" sem considerar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal contribui significativamente para o aumento de casos de burnout.

Além do impacto no ambiente de trabalho, o neoliberalismo também exerce uma influência significativa sobre a vida psíquica dos indivíduos. Não se trata apenas de uma estrutura organizacional voltada para a economia, mas de uma reconfiguração dos valores e das relações sociais. A transformação promovida pelo neoliberalismo afeta a maneira como as pessoas se percebem e se relacionam, tanto no trabalho quanto em suas interações pessoais.

Ainda segundo o professor Vladimir Safatle, o conceito de "liberdade" defendido pelo neoliberalismo acabou transformando a sociedade em um campo de competição constante. O estado, sob essa ótica, deveria agir para permitir que essa liberdade se desenvolvesse, mas sem intervir nas questões sociais e políticas. Essa visão levou à disseminação do empreendedorismo como um valor central, fazendo com que todas as relações sociais fossem mediadas pela lógica da concorrência, o que, por sua vez, enfraqueceu os laços de solidariedade e cooperação. O impacto do neoliberalismo se reflete em uma reorganização profunda dos valores sociais e emocionais, intensificando o estresse e as pressões no ambiente de trabalho.

Burnout Tratamento: Como Recuperar a Saúde Mental

O tratamento eficaz da síndrome de burnout envolve transformações no local de trabalho e no estilo de vida. O apoio psicológico também é essencial para a superação do quadro e, dependendo do caso, pode ser necessário intervenção medicamentosa. O principal objetivo é aliviar os sintomas do burnout e restaurar o equilíbrio emocional do indivíduo. Veja as principais indicações para recuperar a saúde mental afetada pelo burnout:

Como tratar o Burnout?
Redução do Estresse no Ambiente de Trabalho – A primeira medida para combater o burnout é diminuir as fontes de estresse crônico no trabalho. Isso pode incluir a redistribuição de tarefas e o estabelecimento de limites claros em relação à jornada de trabalho.
Psicoterapia: Buscar apoio psicológico é fundamental para quem sofre de burnout.
Pausas e Recuperação: O descanso é uma parte essencial do processo de tratamento. Em muitos casos, é necessário um período de afastamento do trabalho para permitir a recuperação física e emocional.
Apoio Social: Ter uma rede de apoio sólida – composta por familiares, amigos ou colegas de trabalho – pode ser determinante para a recuperação. O isolamento social tende a agravar os sintomas do burnout, enquanto o suporte emocional proporciona alívio e fortalece a resiliência.


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Consequências do Burnout

O burnout gera uma série de consequências quando não é tratado de forma adequada, afetando a saúde mental e física de quem for acometido pela síndrome. No aspecto psicológico, a condição pode evoluir para distúrbios como depressão, ansiedade, e até transtornos mais sérios, como o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). No corpo, os sintomas físicos do burnout podem se manifestar em problemas como hipertensão, doenças cardíacas, insônia e distúrbios gastrointestinais, afetando a saúde geral.

Além disso, o burnout tende a comprometer de forma significativa a produtividade e o desempenho no trabalho. O profissional exausto torna-se menos eficiente, menos comprometido e menos motivado. A consequência disso é sentida diretamente nos resultados. Assim, acontece uma queda abrupta na qualidade do trabalho, fato que prejudica o psicológico do profissional e afeta a empresa.

A prevenção do burnout começa com o autoconhecimento. Reconhecer os sinais de esgotamento e perceber quando o trabalho está afetando a saúde mental e física é essencial. Estabelecer um equilíbrio saudável entre o trabalho e a vida pessoal ajuda a preservar a energia emocional e física, evitando o colapso.

Nesse contexto, é de suma importância que as empresas também reconheçam o aumento dos casos e repensem suas práticas. Organizações que incentivam uma cultura de respeito aos limites e à saúde dos trabalhadores são menos propensas a ver o burnout afetar seus colaboradores. Ambientes que priorizam o bem-estar coletivo e a colaboração, em vez da competição desenfreada, criam condições mais saudáveis para o desempenho sustentável.

Conclusão

A síndrome de burnout é um reflexo direto da cultura de trabalho atual, que valoriza a produtividade incessante em detrimento do bem-estar dos indivíduos. Embora o trabalho seja importante, ele não deve ser a única prioridade na vida. Cuidar da saúde mental, estabelecer limites e procurar apoio quando necessário são ações essenciais para evitar o burnout.

Se você está sentindo os sintomas dessa síndrome, é fundamental procurar ajuda. A psicoterapia, combinada com práticas de autocuidado, é um caminho eficaz para a recuperação. Não subestime os sinais de sobrecarga – sua saúde deve ser sempre a sua maior prioridade.

O burnout é um alerta para a reflexão sobre as condições de trabalho que favorecem o seu surgimento. As cobranças constantes, as pressões por perfeição e desempenho, impulsionadas por um sistema econômico focado em resultados criam um terreno fértil para a proliferação de profissionais com a síndrome. Para prevenir o burnout, é necessária uma transformação na mentalidade das organizações, evitando as cobranças além da conta e respeitando o tempo de descanso dos profissionais, que muitas vezes precisam ficar respondendo mensagens via whatsapp ou outros aplicativos de mensagem instantânea mesmo estando fora dos seus horários de trabalho.

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Perguntas Frequentes sobre Burnout

  1. Quais são os principais sinais de que estou sofrendo de burnout?
    Os principais sinais incluem exaustão física e mental constantes, sensação de impotência e fracasso, distanciamento emocional do trabalho, dificuldade de concentração e sintomas físicos como dores de cabeça e insônia. Caso esses sintomas persistam, é importante procurar apoio profissional.
  2. Como prevenir o burnout no ambiente de trabalho?
    A prevenção envolve o estabelecimento de limites claros entre vida pessoal e profissional, a promoção de uma cultura organizacional que valorize o bem-estar dos colaboradores, e o incentivo à comunicação aberta sobre o estresse e as dificuldades enfrentadas. Além disso, práticas regulares de autocuidado e pausas durante o expediente são fundamentais para manter o equilíbrio.


Referências:

https://curadoria.casadosaber.com.br/cursos/420/o-mal-estar-no-neoliberalismo-psicanalise-e-sofrimento-social

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sindrome-de-burnout

https://www.paho.org/pt/noticias/28-5-2019-cid-burnout-e-um-fenomeno-ocupacional




Medo: o que é, os tipos de medo e fobia, superação e bem-estar
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Medo: o que é, os tipos de medo e fobia, superação e bem-estar

O medo é uma emoção natural, que faz parte dos nossos mecanismos de defesa para sobreviver. Quando sentimos medo, nosso corpo entra em um estado de alerta, nos preparando para agir ou fugir diante de uma ameaça.

Embora o medo seja uma reação fundamental para nossa proteção, ele também pode tornar-se doentio, ao se manifestar de forma excessiva. Assim, ele pode se tornar uma fobia, emoção que interfere no bem estar e na saúde mental dos indivíduos. Neste artigo, vamos explicar o que é o medo, por que sentimos medo, como lidar com ele e como ele pode se apresentar em forma de fobias. Além disso, vamos discutir as terapias mais eficazes para tratar dessas fobias.

O Que é Medo?

O medo é uma resposta emocional do nosso organismo a uma ameaça percebida, que pode ser real ou imaginada. Ele é, portanto, uma reação orgânica de perturbação emocional diante da exposição a algum tipo de perigo. Dessa maneira, o medo aciona o sistema límbico cerebral, responsável pelas emoções, e deixa o corpo num estado de alerta para decidir rapidamente entre lutar ou fugir da ameaça.

Portanto, o medo desperta os mecanismos de defesa corporais, aumentando os batimentos cardíacos e deixando a respiração mais acelerada. Nesse sentido, o medo é natural e faz parte de um organismo saudável.

De acordo com o psicanalista Christian Dunker, uma pessoa que não tem medo seria uma presa fácil do mundo, alguém que não consegue se defender. Assim, o medo seria, para ele, “um afeto que levanta e mantém o indivíduo numa espécie de estado decisional”.

Ou seja, o medo nos levaria a produzir rápidas interpretações e hipóteses a respeito da situação, de modo que o indivíduo afetado pelo medo consiga gerar decisões para se proteger. Ainda de acordo com Dunker, apesar do medo ser comumente associado à covardia, o que de fato acontece é que a pessoa corajosa não é aquela que não tem medo, mas sim a que é capaz de senti-lo e enfrentá-lo. Já que o medo seria uma emoção essencial para o desenvolvimento do pensamento lógico e da inteligência.

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Por Que Sentimos Medo?

Sentimos medo porque o nosso organismo deseja sobreviver. O medo é uma resposta adaptativa e decisiva para a nossa sobrevivência. Aliás, não apenas para a sobrevivência humana, mas os demais animais também possuem essa emoção como uma defesa para enfrentar situações perigosas.

O medo nos prepara para agir rapidamente, seja através da fuga do perigo ou por meio do enfrentamento. Ademais, essa resposta fisiológica envolve a liberação de adrenalina, acelerando o coração, a respiração e preparando os músculos para ação.

Em suma, sentimos medo porque ele é uma estratégia de sobrevivência. Ele aciona nossa capacidade de responder ao perigo. Sem essa sensação, estaríamos mais propensos a nos expor a situações arriscadas, como ficar perto de animais selvagens ou atravessar avenidas movimentadas sem a atenção necessária.

Muitas vezes, a ansiedade antecede o medo, como uma forma de alertar o corpo para algo que ainda vai acontecer. A ansiedade e o medo estão intrinsecamente relacionados, sendo que a ansiedade estaria mais ligada à antecipação de um risco. O medo, por sua vez, seria a reação imediata a uma ameaça concreta.

Embora o medo seja uma emoção natural e benéfica para nossa proteção, ele pode se tornar disfuncional em algumas situações, levando a uma sensação de paralisia ou a um comportamento excessivo de evitação.

Como Lidar com o Medo?

Apesar de o medo ser uma emoção natural e benéfica para a proteção da vida, ele pode se transformar em um problema quando passa a ser excessivo, e com os limites saudáveis sendo ultrapassados pode se transformar em uma fobia. Nesses casos, a saúde mental e o bem-estar do indivíduo ficam significativamente prejudicados. É aí que as estratégias e abordagens terapêuticas são necessárias para ajudar a lidar com o medo, compreender sua origem e reduzir seu impacto no dia a dia. Aqui estão algumas estratégias para lidar com o medo:

  1. Aceitação do Medo: O primeiro passo para lidar com o medo é aceitá-lo como uma parte natural da vida. Em vez de tentar suprimir ou negar os sentimentos de medo, é importante reconhecê-los e compreender sua função.
  2. Terapias: Para medos excessivos, como fobias, o tratamento é fundamental. Entre as abordagens terapêuticas, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) tem a proposta de ajudar as pessoas a reestruturarem sua relação com o medo e encontrarem maneiras mais saudáveis de lidar com ele. A Dessensibilização Sistemática é uma técnica de exposição gradual utilizada no tratamento de fobias, onde o paciente é progressivamente exposto à situação que causa medo, até que a resposta emocional se torne mais controlável.
  3. Identificar a Causa:

    Compreender o que está por trás do medo é essencial. O medo é uma reação a algo que percebemos como ameaça, mas essa percepção pode ser distorcida ou projetada. Por isso, as psicoterapias e a psicanálise são indicadas para ajudar o paciente a identificar as causas do medo até que tenha os recursos para trazê-las à tona e superá-las.

  4. Mindfulness e Respiração:

    Práticas de meditação como o mindfulness são aliados no controle do medo e da ansiedade. As técnicas de respiração profunda auxiliam na promoção da calma, reduzindo a ativação do sistema nervoso nos casos de medo. Os exercícios de mindfulness levam a pessoa a se concentrar no momento presente, evitando assim que o medo se amplifique por pensamentos catastróficos voltados para o futuro.

  5. Rede de Apoio Social: Conversar sobre seus medos com amigos, familiares ou profissionais é uma maneira eficaz de reduzir a ansiedade e o pavor. O suporte social ajuda a aliviar a carga emocional e também permite que a pessoa perceba que não está sozinha em seus sentimentos.



O Medo de Perder e o Medo da Solidão?

O medo de perder está profundamente ligado à nossa necessidade de controle e segurança. Esse medo surge em contextos variados, mas é extremamente comum nos relacionamentos amorosos. A perda do companheiro/a pode despertar uma sensação de desespero e impotência. Na maioria das vezes, esse tipo de perda causa um grande vazio interior e as pessoas não estão preparadas para lidar com isso. Daí, sentimentos como o ciúme podem surgir a partir do medo de perder o parceiro e também do medo da solidão.

A conectividade moderna tem um impacto direto na nossa saúde mental. Acordar, checar notificações, rolar feeds infinitos, adiar o sono... Isso soa familiar? Se sim, é hora de refletir sobre como as redes sociais podem estar afetando o seu equilíbrio emocional.

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A quebra da rotina, a frustração em relação à idealização do amor, além, é claro, da ausência do companheiro, podem desestruturar o lado emocional. Assim, o medo de que o relacionamento termine, acaba alimentando a ansiedade e a insegurança em algumas pessoas, podendo gerar um ciclo repetitivo de preocupações. Esse contexto é um terreno propício para a evitação ou o apego excessivo àquilo que se teme perder.

Por outro lado, o medo da solidão está associado ao sentimento de desconexão e à busca por aprovação social. A solidão é vista como uma experiência angustiante e digna de pena. Portanto, a hipótese de ser rejeitado ou de não ser amado é sentida como aterrorizante. O medo de ficar sozinho pode afetar a saúde mental, contribuindo para o desenvolvimento de transtornos como a depressão e a ansiedade. Esse medo está intimamente ligado à necessidade de pertencimento, uma das necessidades humanas mais básicas.

Tanto o medo da perda quanto o da solidão podem desencadear a dependência emocional. Devido a esses medos, algumas pessoas acabam permanecendo em relacionamentos tóxicos, apenas para evitar o vazio emocional. O autoconhecimento e o fortalecimento da autoestima podem contribuir para a superação desses medos.

Aprender a lidar com a possibilidade da perda e entender que a solidão não significa necessariamente abandono ou fracasso são pensamentos a serem incorporados para que o sujeito entenda e acolha melhor suas emoções.

Como Diferenciar Tipos de Medo?

Embora todos nós experimentemos o medo de alguma forma, existem diferentes maneiras pelas quais ele se manifesta e intensifica. O medo pode ser classificado em medos comuns, que são reações naturais a situações perigosas, e em fobias, que são medos excessivos e irracionais.

Segundo o psicanalista Christian Dunker, as fobias são mais frequentes em crianças e apresentam-se como “um tipo de sintoma no qual a pessoa mostra um medo muito forte, dirigido a um objeto. Esse objeto pode ser um animal, tipo um rato ou uma cobra; pode ser uma situação, como estar dentro de um elevador, que é a claustrofobia; pode ser uma cor, como a eritrofobia, medo da cor vermelha.” Veja na tabela abaixo alguns tipos comuns de medo e de fobia:

TIPOS DE MEDO TIPOS DE FOBIA
Medo de falar em público É um dos medos mais frequentes, afetando muitas pessoas em contextos profissionais e sociais.
Fobia social Medo intenso de ser julgado ou criticado em situações sociais. Esse tipo de fobia pode levar ao isolamento e prejudicar relacionamentos.
Medo de altura (acrofobia) Sensação de vertigem em grandes altitudes, como ao olhar de um prédio alto ou ao viajar de avião.
Claustrofobia Medo de espaços fechados, como elevadores, salas pequenas ou ambientes sem ventilação.
Medo de animais Cachorros, cobras, aranhas e outros animais podem gerar medo em muitas pessoas, em graus que variam de desconforto a pânico.
Agorafobia Medo de espaços abertos, lugares públicos ou situações onde a fuga seria difícil. Pessoas com agorafobia podem evitar sair de casa ou ter dificuldade em frequentar lugares lotados.



Como Diferentes Terapias Podem Ajudar a tratar do Medo?

Nos casos em que o medo se torna excessivo, irracional e impede a execução normal das atividades diárias, buscar ajuda terapêutica é fundamental. Além das fobias, outros transtornos também podem ter o medo e o estado de alerta como característica predominante. O Transtorno de Pânico, o Transtorno de Estresse Pós-Traumático e até distúrbios alimentares como anorexia e bulimia são exemplos que envolvem uma reação exagerada de medo ou ansiedade, afetando o bem-estar físico e psicológico. Algumas abordagens terapêuticas indicadas para tratar o medo incluem:

  1. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC):

    Essa abordagem ajuda a identificar e reestruturar padrões de pensamento disfuncionais que alimentam o medo, permitindo que a pessoa desenvolva formas mais saudáveis de reagir.

  2. Dessensibilização Sistemática:

    É uma técnica de terapia de exposição gradual. A pessoa é exposta de forma controlada ao objeto ou situação que causa o medo, começando com uma forma menos intensa e progredindo até enfrentar a situação real. Esse processo ajuda a diminuir a intensidade da resposta de medo ao longo do tempo.

  3. Psicanálise:

    A psicanálise aborda as fobias como manifestações de conflitos inconscientes, que podem estar ligados a traumas, desejos reprimidos ou sentimentos de culpa. Assim, esses medos não estariam ligados apenas a ameaças concretas, mas também a causas simbólicas vindas de questões emocionais mais profundas que o paciente não consegue compreender conscientemente. Esse tipo de tratamento visa ajudar o paciente a integrar e superar os traumas emocionais subjacentes, proporcionando uma cura mais profunda e duradoura.


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O que é o medo considerado normal e necessário para nós?

O medo é visto como normal e saudável quando acontece para nos ajudar a identificar situações de risco. Por fazer parte do nosso mecanismo de defesa, ele é uma emoção normal e necessária. É uma emoção essencial para nos ajudar a evitar perigos e a tomar decisões rápidas. Quando o medo é moderado e alinhado com uma ameaça real, ele representa uma parte necessária do nosso funcionamento emocional.

Porém, ao se tornar desproporcional, como nas fobias, o medo se torna um transtorno que deixa de ser útil à sobrevivência e se torna problemático. Nesses casos, o medo não prepara o indivíduo para agir, mas o paralisa, impedindo-o de se relacionar com a fonte do medo, e afetando sua qualidade de vida.

Conclusão:

O medo em si não é uma emoção que precise de tratamento. Apenas quando se torna irracional ou desmedido é que passa a afetar negativamente a nossa vida. Por isso, é importante saber diferenciar o medo saudável das fobias, já que essas precisam de ajuda profissional. Entender o medo e suas manifestações é o primeiro passo para superá-lo e viver uma vida mais equilibrada.




Perguntas Frequentes:

Quando Buscar Ajuda para o Medo?

Quando o medo se torna excessivo, contínuo e interfere nas atividades diárias, como em casos de fobia, é importante procurar ajuda profissional. As psicoterapias ou a psicanálise podem ajudar a reduzir o impacto do medo e restaurar o equilíbrio emocional, permitindo que a pessoa recupere o controle de sua vida.

O que fazer para vencer o medo de falar em público?

Para vencer o medo de falar em público, é importante se preparar bem e ensaiar a apresentação, o que aumenta a sensação de confiança. Focar na mensagem, em vez de se preocupar com o próprio desempenho, também ajuda a diminuir a ansiedade. Técnicas de respiração profunda e relaxamento podem acalmar os nervos antes e durante a fala. Se o medo for muito intenso, procurar apoio profissional pode ser útil para superar o medo de forma eficaz.



Referências:

https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/medo.htm

https://curadoria.casadosaber.com.br/cursos/476/vocabulario-dos-afetos

https://www.youtube.com/watch?v=E1BzzharV14

https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2023/09/como-o-corpo-reage-quando-sentimos-medo







Ansiedade: Sintomas, Causas, Crise de Ansiedade e Transtornos
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Ansiedade: Sintomas, Causas, Crise de Ansiedade e Transtornos
Saiba o que é ansiedade, crise de pânico e transtornos relacionados. O tratamento da ansiedade com psicólogo e psiquiatra e a melhora da saúde mental

A ansiedade é uma emoção humana universal caracterizada por sentimentos de preocupação, medo e apreensão, geralmente despertados em situações de incerteza ou pressão. Todos nós a experimentamos em algum momento. Em si, ela não é uma doença.

Apesar de ser uma reação natural e muitas vezes útil, que nos prepara para enfrentar desafios, a ansiedade pode se tornar um problema quando ganha proporções excessivas e se transforma em um transtorno, passando a interferir no cotidiano, afetando o sono, o humor e as relações interpessoais.

Os casos de sofrimento psíquico, exigem cuidado especializado. Assim como todos os problemas de saúde mental, os transtornos de ansiedade precisam ser tratados com mais naturalidade, retirando-se o preconceito e o estigma tão culturalmente arraigados em relação a tudo o que diz respeito às questões de ordem emocional.

O Que é Ansiedade?

A ansiedade é uma reação emocional do corpo diante de situações que envolvem incerteza ou perigo. De acordo com o psiquiatra Rodrigo Bressan, “nosso corpo, através dos sistemas nervosos autônomo e simpático, está preparado para situações de luta ou fuga”, por possuir um mecanismo biológico capaz de lidar com situações de perigo. Mas, existem contextos de estresse que ultrapassam a capacidade de regulação emocional do corpo, fazendo com que as pessoas saiam do eixo e causando diversos problemas de saúde mental, como os transtornos de ansiedade.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os transtornos de ansiedade são os transtornos mentais mais comuns do mundo e afetaram aproximadamente 301 milhões de pessoas em 2019, o que corresponde a cerca de 4% da população mundial. Ainda segundo a OMS, as mulheres são mais afetadas por este tipo de transtorno do que os homens e os sintomas começam a surgir na infância e na adolescência.

Os transtornos de ansiedade, além de provocarem sofrimento, interferem de forma significativa nas atividades cotidianas, causando grande impacto no nível de incapacitação da nossa sociedade. Quando não tratados, esses sintomas podem persistir por anos, impactando ainda mais na saúde mental e emocional do indivíduo.

A boa notícia é que grande parte dos transtornos mentais, como os de ansiedade, são tratáveis e existem terapias e intervenções altamente eficazes, como a psicoterapia e o uso de medicamentos, que podem ajudar a controlar os sintomas e permitir que a pessoa recupere o bem estar e a qualidade de vida.

Apesar da alta prevalência e do impacto significativo desses transtornos, estima-se que apenas 1 em cada 4 pessoas com os sintomas busque tratamento. A falta de conscientização sobre a natureza tratável da condição, o baixo investimento público em serviços de saúde mental, a falta de profissionais de saúde qualificados para este tipo de atendimento e o estigma social em torno do tema são algumas das barreiras que dificultam o acesso a um tratamento adequado, segundo a OMS.

A conectividade moderna tem um impacto direto na nossa saúde mental. Acordar, checar notificações, rolar feeds infinitos, adiar o sono... Isso soa familiar? Se sim, é hora de refletir sobre como as redes sociais podem estar afetando o seu equilíbrio emocional.

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Sintomas de Ansiedade

Os sintomas de ansiedade podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem manifestações físicas e emocionais. É importante entender que a ansiedade não é um fenômeno exclusivamente psicológico. Ela também afeta o corpo e muitas pessoas com transtornos de ansiedade experimentam uma série de sintomas físicos que podem ser tão intensos ao ponto de se confundirem com outros problemas de saúde. Assim, os transtornos de ansiedade podem provocar sintomas físicos, emocionais e comportamentais.

Sintomas Físicos da Ansiedade

Os sintomas físicos mais recorrentes dos transtornos de ansiedade incluem:

  • Tensão muscular: A musculatura do corpo, especialmente nas regiões do pescoço, ombros e mandíbula, tende a se contrair, causando desconforto.
  • Taquicardia: O aumento da frequência cardíaca é o sintoma clássico da ansiedade. As palpitações e a sensação de coração acelerado são muito frequentes.
  • Falta de ar: A dificuldade para respirar ou "respiração curta" é recorrente em episódios de ansiedade, especialmente durante ataques de pânico.
  • Suor excessivo: Suor demasiado, especialmente nas palmas das mãos, axilas ou testa, mesmo em situações sem estresse imediato.
  • Tremores nas mãos: O nervosismo pode causar tremores involuntários nas mãos ou até mesmo em outras partes do corpo
  • Boca seca: A ansiedade pode diminuir a produção de saliva, resultando em boca seca e desconforto.
  • Dores no peito: O estresse físico pode provocar dores no peito ou uma sensação de pressão, frequentemente confundida com problemas cardíacos.
  • Náuseas e desconforto abdominal: O estômago e o sistema digestivo podem reagir de maneira exacerbada ao estresse, causando náuseas, cólicas ou diarreia.


Sintomas Emocionais e Psicológicos da Ansiedade

Os transtornos de ansiedade, além de causarem sintomas físicos, manifestam-se no emocional do indivíduo, afetando o seu bem-estar e a qualidade dos seus relacionamentos. Dentre os sintomas psicológicos da ansiedade, as pessoas experimentam:

  • Preocupação excessiva: A mente fica sem paz, devido à preocupação permanente com todas as atividades cotidianas. Tarefas do trabalho, problemas familiares, atividades pessoais, tudo está sendo processado com muita velocidade e os pensamentos estão sempre direcionados à próxima atividade que deve ser realizada, retirando o indivíduo do presente. Nesses casos, a meditação mindfulness pode auxiliar como uma terapia complementar e trazer a mente de volta ao presente.
  • Medo iminente: A sensação angustiante de que algo terrível pode acontecer a qualquer momento é outro sintoma comum. Esse medo pode não ter um motivo claro, mas também pode estar associado a algum evento na vida do indivíduo, como uma viagem, uma apresentação importante, algum evento social.
  • Irritabilidade: Pessoas ansiosas tendem a se tornar mais irritadas e impacientes, agindo de maneira ríspida no cotidiano.
  • Dificuldade de concentração: Como a mente está repleta de pensamentos voltados para o futuro, é comum que haja uma dificuldade de concentração em tarefas do dia a dia. Esse fator é particularmente prejudicial à produtividade, afetando o indivíduo no trabalho.
  • Nervosismo ou inquietação: As pessoas tendem a se sentir em alerta constante, sem relaxar. Daí a sensação de inquietude, pois vivem como se estivessem prestes a ter uma crise a qualquer momento.




Sintomas Comportamentais da Ansiedade

Todos os sintomas da ansiedade estão interligados, mas de maneira didática eles são divididos nesses três tipos: físicos, emocionais e comportamentais. Em relação ao comportamento, os indivíduos acometidos com o transtorno podem começar a adotar certos padrões com o desejo de evitar o desconforto da ansiedade. Veja exemplos de como a ansiedade afeta o comportamento:

  • Dificuldade para dormir (insônia): As pessoas com transtornos de ansiedade geralmente têm dificuldades para relaxar e adormecer. A mente hiperativa, cheia de preocupações, impede o descanso adequado.
  • Isolamento: Uma das respostas mais comuns à ansiedade é evitar situações que possam desencadear medo ou desconforto. Assim, alguém com transtorno de ansiedade pode evitar encontros sociais ou eventos públicos.
  • Procrastinação: A ansiedade provoca dificuldade de tomada de decisões e acaba deixando as pessoas sem realizar suas atividades. O medo do fracasso é outro motivo que gera a procrastinação.
  • Comportamentos de fuga: Em alguns casos, a pessoa pode buscar formas de "escapar" da ansiedade, como o abuso de substâncias.


O que é uma Crise de Ansiedade?

Uma crise de ansiedade é um episódio intenso e súbito em que os sintomas de ansiedade atingem um pico, causando grande desconforto e aflição. Geralmente, essas crises estão relacionadas a eventos estressantes. Elas costumam ter uma duração limitada, por volta de 30 minutos, mas podem deixar a pessoa com uma sensação de cansaço extremo ou vulnerabilidade quando passam.

Durante uma crise de ansiedade, a pessoa normalmente vivencia sintomas emocionais e físicos. Entre os sintomas psicológicos estão: sensação de medo, angústia, nervosismo, apreensão, sensação de estar fora de si mesma e de que o mundo ao redor não é real. A mente tende a se concentrar nas piores possibilidades, com o medo iminente de perder o controle ou até mesmo de morrer.

Já os sintomas físicos são consequência da liberação de hormônios como o cortisol e a adrenalina, que são ativados pelo sistema nervoso simpático em situações de estresse. Eles podem incluir:

  • Aceleração do batimento cardíaco e palpitações
  • Sensação de sufocamento ou falta de ar
  • Tontura e sensação de desmaio
  • Formigamento nas extremidades
  • Aumento da pressão arterial
  • Suor excessivo, boca seca, mãos geladas e pele fria
  • Náuseas, podendo até levar ao vômito
  • Vontade frequente de urinar


Durante uma crise, as pessoas sentem dificuldade em realizar tarefas cotidianas, e ficam incapazes de retomar a normalidade até que o episódio termine. Existem tratamentos eficazes para as crises de ansiedade, que podem ser feitos através de atendimentos psicológicos. Além disso, as técnicas de relaxamento e atenção plena podem reduzir os sintomas do transtorno.

Diferença entre Crise de Ansiedade e Crise de Pânico

A crise de pânico é um tipo específico de ataque de ansiedade e ambos possuem sintomas semelhantes. O que costuma diferenciá-los é a causa. A crise de pânico normalmente ocorre sem um motivo identificável, sem uma causa óbvia e costuma ser acompanhada de um medo súbito de morrer.

Uma crise de pânico, pode ocorrer de forma inesperada, sem qualquer aviso, e se caracteriza por ser extremamente aterrorizante.

Já a crise de ansiedade é desencadeada por algum estímulo estressante específico. A síndrome do pânico, por sua vez, é a recorrência de ataques de pânico, que acontecem com frequência e de forma imprevisível.

Os sintomas da crise de pânico incluem:

  • Aumento súbito do batimento cardíaco
  • Dificuldade para respirar ou sensação de sufocamento
  • Suor excessivo, calafrios ou tremores
  • Sensação de morte iminente ou perda de controle


Embora assustadoras, as crises de pânico geralmente não apresentam risco físico imediato. No entanto, quando são recorrentes, elas podem levar ao desenvolvimento de um transtorno de pânico, que prejudica significativamente a qualidade de vida da pessoa.

Tipos de Transtornos de Ansiedade

Pela visão da psiquiatria, os transtornos de ansiedade podem se manifestar de várias formas e cada tipo tem características específicas que afetam a vida cotidiana de maneira distinta. Os transtornos mais comuns incluem o transtorno de ansiedade generalizada (TAG), o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), a fobia social e o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Veja a seguir os principais tipos de transtornos de ansiedade, com suas particularidades e sintomas típicos.

TIPOS DE TRANSTORNO DE ANSIEDADE SINTOMAS
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) É caracterizado por preocupações persistentes e exageradas com as situações do cotidiano. As pessoas com esse tipo de transtorno se sentem ansiosas em relação ao trabalho, à saúde, aos relacionamentos, às finanças. Ou seja, o medo abrange basicamente todos os aspectos da vida e causa um forte desgaste emocional e físico no indivíduo.
Transtorno de Pânico É identificado quando a pessoa tem o histórico de vários episódios de ataque de pânico. A sensação de perda de controle, falta de ar, desespero, medo da morte são constantes.
Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social) Diz respeito a um medo de ser julgado, rejeitado ou humilhado em situações sociais. Ademais, a pessoa com fobia social tem pavor de apresentações em público ou reuniões. É um transtorno que prejudica as relações interpessoais e o desenvolvimento profissional.
Agorafobia É um transtorno relacionado ao medo de estar em lugares desconhecidos ou onde o indivíduo sente que não tem o controle sobre a situação. O medo de não conseguir escapar ou de não conseguir obter ajuda limitam o deslocamento de quem tem esse tipo de transtorno. Viajar de ônibus ou avião, estar em espaços fechados, como cinemas, lojas, ou mesmo no transporte público podem ser extremamente difíceis para quem tem agorafobia.
Fobias Específicas São medos irracionais e intensos de objetos ou situações específicas, como medo de voar, de aranhas, de cobras, de locais fechados ou de altura. Esses medos podem ser tão paralisantes que a pessoa afetada fará o possível para evitar enfrentar a situação ou objeto temido. Apesar de serem inconscientes, essas fobias podem gerar grande sofrimento emocional e interferir nas atividades diárias.
Mutismo Seletivo É um transtorno que afeta principalmente crianças e é mais comum em meninas. Caracteriza-se pela incapacidade de falar em determinadas situações sociais. As crianças com mutismo seletivo têm dificuldade em interagir fora do seu círculo familiar próximo, atrapalhando sua adaptação escolar e social.
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) Ocorre após a pessoa viver uma situação traumatizante, como um acidente grave, um abuso ou violência. Ela se manifesta através de flashbacks, pesadelos e uma sensação de alerta. A pessoa fica revivendo o trauma e tende a evitar lugares e atividades que lembrem o evento traumático.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) Envolve a presença de pensamentos repetitivos: ideias, imagens ou impulsos que surgem de forma repetitiva e incontrolável. Para aliviar a ansiedade causada por esses pensamentos, a pessoa pode desenvolver comportamentos compulsivos, como lavar as mãos repetidamente, verificar várias vezes se a porta está trancada ou realizar constantes rituais de organização.



Vivemos em uma cultura que proporciona o desenvolvimento da ansiedade. Estamos sempre consumidos com as próximas tarefas que precisam ser realizadas e existe uma competitividade extrema por desempenho. Nesse sentido, mesmo que não ocorram fatores estressantes diretos, é possível que as pessoas desenvolvam algum transtorno de ansiedade devido ao estilo de vida que levam.

Além disso, a ansiedade pode ser causada por relacionamentos abusivos, ambientes familiares e profissionais tóxicos, traumas e estresse crônico. O histórico familiar também pode aumentar as chances de desenvolver o problema.

Relação entre Ansiedade e Depressão

É comum a coexistência da ansiedade com a depressão em uma mesma pessoa. Os sintomas de um transtorno acabam agravando os do outro, gerando um ciclo vicioso. Transtornos de ansiedade podem causar uma preocupação intensa em relação ao futuro que acabam gerando uma descrença no próprio potencial.

Além disso, pessoas deprimidas podem tentar usar substâncias como uma forma de anestesiar suas dores e acabam desenvolvendo crises de ansiedade devido ao consumo de drogas.

Psicólogo ou Psiquiatra: Quando Consultar Cada Um?

A escolha entre consultar um psicólogo ou um psiquiatra depende das necessidades e características de cada caso. Ambos os profissionais têm papeis complementares, mas com enfoques diferentes no tratamento da ansiedade.

  • Psicólogo: O psicólogo trabalha com o paciente para explorar e compreender as causas emocionais e comportamentais da ansiedade. Ele pode utilizar diversas abordagens terapêuticas, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que foca em identificar e modificar padrões de pensamento disfuncionais que alimentam a ansiedade.
  • Psiquiatra: O psiquiatra, por sua vez, tem a capacitação necessária para diagnosticar transtornos mentais e, quando necessário, prescrever medicamentos, como antidepressivos ou ansiolíticos, para controlar os sintomas da ansiedade. Embora os psiquiatras também realizem sessões de psicoterapia, sua especialização é focada no tratamento medicamentoso e no diagnóstico de condições relacionadas a outros transtornos de saúde mental, como depressão, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) ou transtornos de pânico.


A Psicanálise e o Tratamento da Ansiedade

A análise pessoal, por meio da psicanálise, também é eficaz no tratamento dos transtornos de ansiedade, pois trata a questão a partir do inconsciente. De acordo com a psicanálise, existe uma parte da mente humana que armazena conteúdos que o sujeito não consegue perceber conscientemente. Isso ocorre, dentre outros aspectos, porque esses elementos podem entrar em conflito com a imagem que a pessoa construiu a respeito de si mesma.

Para a psicanálise, a ansiedade excessiva ou patológica está frequentemente associada a esses conteúdos inconscientes. Em vez de ver os eventos estressores como a causa direta da ansiedade, a psicanálise considera que eles funcionam como gatilhos, que desencadeiam reações emocionais intensas. Esses gatilhos, na verdade, estão relacionados a experiências ou conflitos reprimidos no inconsciente, que ainda não foram processados.

Nesse sentido, a psicanálise entende que grande parte de nossas questões e conflitos mais profundos estão guardados no inconsciente, e, por isso, somos incapazes de reconhecê-los por conta própria. Isso é mais evidente ainda em relação aos traumas e emoções reprimidos durante a infância ou adolescência, que, mais tarde, podem se manifestar como sintomas de ansiedade na vida adulta.

O trabalho do psicanalista é ajudar o paciente a perceber que a situação imediata, que ele acredita ser a causa da ansiedade, é apenas um gatilho que ativa questões mais profundas e inconscientes. Durante a análise, por meio do discurso, o paciente passa a trazer suas questões e o psicanalista o ajuda a elaborar essas conexões.

Esse processo gradual permite que o paciente entre em contato com os conteúdos reprimidos do inconsciente, os reconheça e, ao fazer isso, reduza a sua ansiedade e insegurança. Portanto, pessoas que sofrem de ansiedade podem se beneficiar significativamente de um tratamento baseado nos princípios da psicanálise.

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Como tratar a ansiedade?

O tratamento para os transtornos de ansiedade é eficaz e pode ser realizado por meio de diferentes abordagens, incluindo terapias, o processo de análise, intervenções medicamentosas orientadas por um psiquiatra e mudanças no estilo de vida. O sucesso do tratamento depende não apenas das intervenções, mas também da qualidade da relação entre o paciente e o profissional de saúde.

A confiança e o vínculo terapêutico são fundamentais, pois ajudam no processo de autoconhecimento, essencial para o enfrentamento da ansiedade. Como explica o Dr. Rodrigo Bressan, “se a gente entende como a gente funciona, é mais fácil se autorregular emocionalmente e estabelecer estratégias de superação”. Isso significa que, quanto mais uma pessoa compreende seus próprios mecanismos emocionais, mais preparada ela estará para lidar com situações estressantes.

Perguntas Frequentes sobre Ansiedade

Pergunta 1: Ansiedade tem cura?

Sim, já existem vários tratamentos eficazes para os transtornos de ansiedade, que incluem intervenções e tratamentos psicológicos, psicanálise, medicamentos e técnicas de mindfulness. Pessoas com sintomas de ansiedade devem procurar atendimento, além de aliar a prática de exercícios físicos regulares e uma alimentação saudável.

Pergunta 2: Quais são os tratamentos disponíveis para a ansiedade?

Os tratamentos mais comuns incluem psicoterapia, medicamentos (como ansiolíticos e antidepressivos) e técnicas específicas, como a prática de mindfulness e a gestão do estresse.

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Referências:

https://www.who.int/

https://curadoria.casadosaber.com.br/cursos/174/a-ciencia-dos-sentimentos-alcancando-bem-estar-psicologico

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/224_ansiedade.html

https://www.paho.org/pt/noticias/17-6-2022-oms-destaca-necessidade-urgente-transformar-saude-mental-e-atencao

Ciúmes: Significado, Tipos de ciúme, Retroativo, Relacionamentos
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Ciúmes: Significado, Tipos de ciúme, Retroativo, Relacionamentos
O que é ciúmes, suas causas e tipos, como esse sentimento impacta os relacionamentos românticos e como as redes sociais agravam a insegurança.

O ciúme é um sentimento presente em todo ser humano e é considerado normal até certo ponto. Ele indica que o outro é importante em um relacionamento e que a pessoa que sente ciúmes tem medo de perder aquele relacionamento. Porém, o ciúme se torna um problema quando ele passa a ser uma obsessão. Nesse ponto, a pessoa ciumenta busca controlar a vida do parceiro, prejudicando a qualidade da relação. Neste artigo, vamos abordar o significado dos ciúmes, suas causas, tipos e de que maneira ele impacta os relacionamentos. Além disso, vamos discutir a influência das redes sociais sobre esse sentimento.

O que é Ciúmes?

O ciúme pode ser definido como um sentimento de insegurança emocional que surge quando uma pessoa teme perder o afeto de seu parceiro devido à presença de uma terceira pessoa ou a percepções de diminuição de sua importância. A palavra "ciúmes" tem origem no latim zelumen e no grego zelozus, que significam um desejo ardente, calor ou zelo. Em essência, os ciúmes estão intimamente relacionados ao medo de perder algo ou alguém que consideramos valioso, o que inclui nossos relacionamentos amorosos.

De acordo com o dicionário Aurélio, a palavra ciúme é definida como um “sentimento doloroso que as exigências de um amor inquieto, o desejo de posse da pessoa amada, a suspeita ou a certeza de sua infidelidade, fazem nascer em alguém; zelos; angústia provocada por sentimento exacerbado de posse”.

Este sentimento pode ser natural e até mesmo saudável em algumas situações. Um certo grau de ciúmes pode sinalizar que a pessoa valoriza o relacionamento e tem medo de perdê-lo. No entanto, o ciúmes se torna problemático quando a insegurança e o medo de perda se transformam em obsessão. Neste ponto, a pessoa ciumenta busca controlar a vida do parceiro, o que pode prejudicar a confiança mútua e a qualidade do relacionamento.

Para entender melhor sobre o tema, assista a seguir a aula gratuita sobre ciúmes com a psicanalista e escritora Ana Suy. A autora dos livros “A gente mira no amor e acerta na solidão” e “Não pise no meu vazio”, Ana Suy esclarece sobre as origens do ciúmes e seu significado.

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Tipos de Ciúmes: Quando o Sentimento Se Torna Prejudicial

Sigmund Freud, o pai da psicanálise, acreditava que o ciúmes seria um estado emocional natural, mas que sua manifestação exacerbada causaria uma patologia. Ele identificou três níveis de ciúmes: o competitivo ou normal, o projetado e o delirante, cada um com suas características e intensidades.

Os ciúmes podem se manifestar de várias formas, desde uma preocupação momentânea até uma obsessão destrutiva. Conhecer os diferentes tipos de ciúmes é essencial para entender como esse sentimento pode afetar um relacionamento, de que forma a dependência emocional pode estar relacionada ao ciúmes e como ele pode ser tratado.

Ciúmes Normal ou Competitivo

Este tipo de ciúmes é o mais comum e natural. Ocorre quando uma pessoa percebe uma ameaça à sua relação, geralmente devido à presença de uma terceira pessoa que disputa a atenção ou o afeto do parceiro. O ciúme competitivo, também definido como normal, é desencadeado por situações reais e específicas, como um parceiro que passa mais tempo com um amigo(a) ou tem interações constantes com um ex-namorado(a).

O ciúme competitivo é, em muitos casos, uma reação à percepção de que outra pessoa pode estar ocupando um espaço importante ou oferecendo algo que a pessoa teme não poder oferecer, como atenção ou carinho. Esse tipo de ciúmes está relacionado a uma insegurança temporária e pode ser agravado pela dependência emocional. Mas, é possível ser superado por meio de diálogos abertos e pelo fortalecimento da confiança mútua.

Ciúmes Projetado

O ciúme projetado ocorre quando a pessoa que sente ciúmes transfere suas próprias inseguranças para o parceiro. Em vez de perceber seus próprios medos e desejos, ela começa a projetar essas emoções no outro. Por exemplo, uma pessoa pode suspeitar que seu parceiro está atraído por alguém, quando, na verdade, ela mesma está experimentando sentimentos de atração por outra pessoa. O ciúme projetado reflete uma desconfiança infundada e pode levar a um comportamento possessivo e controlador, sem base na realidade.

Freud acreditava que esse tipo de ciúmes está relacionado a processos inconscientes, onde a pessoa, ao sentir algo negativo sobre si mesma, começa a "enxergar" esse comportamento no parceiro, mesmo quando não há evidências concretas.

Ciúmes Delirante

O ciúme delirante é o tipo mais extremo e patológico de ciúmes. Nesse caso, o indivíduo sente uma obsessão irracional e sem fundamentos de que está sendo traído, mesmo na ausência de qualquer prova concreta. O ciúme delirante pode levar a distúrbios emocionais graves, como raiva, depressão, paranóia e até comportamentos obsessivos de vigilância, como o monitoramento constante do parceiro.

Nesse caso, a pessoa não apenas sente ciúmes de maneira exagerada, mas acredita de forma delirante e sem fundamento que o parceiro está constantemente sendo infiel. O ciúme delirante pode levar o indivíduo a criar fantasias e acreditar em situações inexistentes, como ter convicções firmes de que o parceiro está escondendo algo, mesmo sem nenhuma evidência concreta.

Esse tipo de ciúmes está frequentemente associado a transtornos psiquiátricos, como o transtorno delirante, em que a pessoa se torna obcecada por uma crença infundada. Muitas vezes, esse comportamento é uma forma de defesa contra sentimentos profundos de insegurança, baixa autoestima ou medo da perda. O ciúmes delirante pode destruir um relacionamento, pois a pessoa afetada vive imersa em fantasias e crenças distorcidas, tornando-se cada vez mais difícil para ela distinguir o que é real do que é imaginário.

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Como as Redes Sociais Intensificam os Ciúmes nos Relacionamentos

O surgimento das redes sociais tem adicionado uma nova camada de complexidade ao ciúmes nos relacionamentos. Plataformas como Instagram, Facebook e WhatsApp por exemplo, permitem uma exposição constante de nossas interações sociais e de momentos da nossa vida privada, o que pode alimentar a insegurança e a desconfiança no parceiro. Além disso, esses aplicativos surgem como uma fonte inesgotável de mal entendidos e de comparações, especialmente quando um parceiro interage com outras pessoas de forma aberta ou “excessiva” na internet.

A facilidade com que podemos monitorar as atividades online do outro gera o fenômeno conhecido como "stalking digital" ou ou monitoramento das redes sociais. Esse comportamento é cada vez mais comum e envolve desde a análise de fotos e postagens do parceiro até a investigação de mensagens privadas. Em alguns casos, o parceiro começa a criar cenários e conclusões baseadas em interpretações das interações online, o que pode gerar uma espiral de insegurança e desconfiança, prejudicando o fluir do amor.

Para muitas pessoas, esse tipo de comportamento provoca sofrimento emocional e pode até levar ao fim de um relacionamento saudável, já que o foco passa a ser no mal estar e insegurança gerados pelas redes sociais e não nos sentimentos reais entre os parceiros.

Ciúmes e a Psicanálise: A Profundidade das Motivações Inconscientes

Na psicanálise, o ciúme é frequentemente relacionado a uma manifestação de conflitos emocionais inconscientes, muitas vezes, enraizados em experiências passadas e dinâmicas familiares. Assim, a complexidade e os contratempos das relações amorosas teriam origens muito mais profundas. Segundo Freud, o ciúmes pode ser um reflexo de rivalidades internas, como aquelas com pais ou irmãos, ou até mesmo um desejo inconsciente de controle ou possessividade.

A psicanálise e suas diferentes perspectivas, seja através das concepções de Jacques Lacan, pela psicologia analítica de Carl Jung e de Freud, sugere que, para entender profundamente os ciúmes, é necessário examinar as emoções reprimidas e os mecanismos de defesa que as pessoas utilizam para lidar com suas inseguranças. O ciúme excessivo pode, muitas vezes, ser um reflexo de um medo profundo de abandono ou uma sensação de inadequação, que a pessoa projeta no parceiro.

O que é Ciúmes Retroativo?

O ciúme retroativo é um tipo de ciúmes que surge quando uma pessoa sente insegurança ou desconforto em relação ao passado amoroso ou sexual de seu parceiro. Ao contrário do ciúme tradicional, que geralmente está relacionado ao medo de uma ameaça no presente — como uma terceira pessoa que pode estar competindo pela atenção do parceiro — o ciúme retroativo é alimentado por sentimentos de possessividade ou inveja sobre experiências passadas.

Esse tipo de ciúmes pode ser desencadeado por conversas sobre relacionamentos anteriores, a presença de objetos ou recordações do passado (como fotos ou presentes de ex-namorados), ou até mesmo a comparação constante entre o parceiro atual e ex-parceiros. Também é possível surgir a partir de relacionamentos tóxicos com narcisistas, que costumam realizar triangulações com a intenção de desestabilizar o parceiro e causar ciúmes propositalmente. A pessoa com ciúmes retroativo pode sentir que o parceiro ainda tem uma conexão emocional com os ex, o que cria uma sensação de insegurança ou inadequação.

Por que os Ciúmes Retroativos Surgem?

O ciúme retroativo geralmente está ligado a questões de autoestima e insegurança. Quando uma pessoa não consegue se sentir completamente segura ou valorizada no relacionamento amoroso atual, pode começar a projetar suas próprias inseguranças sobre o que o parceiro viveu anteriormente. Esse sentimento é muitas vezes exacerbado por um desejo de "ser a única" pessoa ou a mais importante na vida do parceiro, levando a uma idealização de uma relação sem passado.

Além disso, pessoas com dificuldades em lidar com sentimentos de abandono ou rejeição são mais propensas a desenvolver o ciúmes retroativo, uma vez que se sentem ameaçadas pela ideia de que o parceiro possa ter experimentado um sentimento de amor mais intenso e significativo com outra pessoa no passado.

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Como o Ciúmes Retroativo Afeta o Relacionamento?

Quando não tratado, o ciúme retroativo pode causar tensão e desconfiança no relacionamento. Ele pode levar a conflitos frequentes, onde o parceiro ciumento questiona o outro sobre detalhes do passado, exige explicações ou tenta apagar símbolos da história anterior do parceiro, como fotos ou presentes de ex-namorados. Isso cria um ambiente de controle e possessividade, onde o foco não está na construção de um relacionamento saudável, mas em tentar apagar ou substituir o passado.

Além disso, o ciúmes retroativo pode gerar uma sensação de culpabilização no parceiro que tem um passado amoroso. Esse parceiro pode se sentir constantemente acusado ou pressionado a se desvincular de suas experiências anteriores, o que é um comportamento injusto e prejudicial à autoestima e à liberdade individual.

Como Lidar com o Ciúme Retroativo?

Autoconhecimento: Entender a origem do ciúme retroativo é fundamental. Muitas vezes, esse sentimento está relacionado a inseguranças próprias, como o medo de não ser bom o suficiente ou a ideia de que o parceiro teve experiências melhores no passado. Trabalhar esses sentimentos pode ajudar a reduzir o impacto do ciúmes.

Diálogo honesto: É importante que o parceiro que sente ciúmes retroativo converse de forma verdadeira e respeitosa com o outro, explicando suas inseguranças sem acusar ou culpar. O diálogo construtivo pode ajudar a esclarecer mal-entendidos e fortalecer a confiança.

Aceitação do Passado: Todo relacionamento tem um passado, e é saudável aceitar que o parceiro teve experiências antes de estar com você. Tentar apagar ou negar esse passado prejudica a relação. O respeito pelo passado do outro é fundamental para o fortalecimento do vínculo no presente.

Desenvolvimento da Autoestima: Investir em melhorar a autoestima e autoconfiança é essencial para quem sente ciúmes retroativo. O parceiro que se sente inseguro deve focar no seu próprio crescimento e entender que seu valor não depende das comparações com outras pessoas.

Conclusão

O ciúmes é um sentimento humano natural, mas quando se torna uma obsessão leva a comportamentos prejudiciais que afetam profundamente os relacionamentos românticos. Compreender suas origens, seus tipos e os efeitos que ele pode ter nas nossas interações é essencial para lidar com esse sentimento de forma saudável.

Se você se vê constantemente sentindo ciúmes e nota que isso está prejudicando sua vida amorosa e suas relações pessoais, a psicanálise pode ser uma boa ferramenta para entender suas causas mais profundas. Um relacionamento saudável é construído com base na confiança, no respeito mútuo e no amor, não na posse ou controle.




Perguntas Frequentes sobre o Ciúmes

  1. O que causa o ciúmes em um relacionamento?
    O ciúmes é causado por insegurança emocional, medo de perder o parceiro, baixa autoestima, e, em alguns casos, traumas devido à experiências passadas de traição ou rejeição.
  2. Como controlar o ciúmes de maneira saudável?
    Para controlar o ciúmes, é importante desenvolver a autoestima, estabelecer uma comunicação aberta com o parceiro e procurar ajuda psicológica, quando necessário.




Referências:

https://curadoria.casadosaber.com.br/curso/287/amor-e-solidao-uma-psicanalise-das-conexes-humanas

https://curadoria.casadosaber.com.br/curso/476/vocabulario-dos-afetos

https://curadoria.casadosaber.com.br/curso/311/as-relaces-amorosas-e-seus-contratempos-uma-abordagem-interdisciplinar

https://www.filosofiaepsicanalise.org/2013/11/freud-explica-o-ciume.html

Depressão tem cura? Conheça os sinais e tratamentos
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Depressão tem cura? Conheça os sinais e tratamentos
Você sabe quais são os tipos de depressão? Entenda esse transtorno psíquico desde o diagnóstico psiquiátrico até as profundezas da psicanálise.

Quando fala-se sobre depressão hoje, a realidade aponta que este é um transtorno complexo e cada vez mais comum, que não faz distinção de idade ou status social.

Explore as estatísticas alarmantes no Brasil, entenda as classificações psiquiátricas, os manejos psicanalíticos e a importância do diagnóstico profissional na identificação e tratamento da depressão.

O contexto da depressão na atualidade

A depressão é um transtorno mental ou psíquico que pode atingir qualquer um, independentemente da idade, gênero, etnia ou classe social. Apesar da sua gravidade, muitas pessoas não dão a atenção necessária para a doença, o que pode dificultar o diagnóstico e, consequentemente, o seu tratamento.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem a maior taxa de prevalência de depressão da América Latina e a segunda maior nas Américas. A previsão é que, em 2030, a depressão seja a primeira causa específica de incapacidade funcional no mundo.

De maneira geral e simplificada, pela visão psiquiátrica, a depressão é um transtorno biológico que se manifesta em forma de tristeza e angústia. A pessoa deprimida perde o interesse ou prazer em realizar atividades que antes gostava, podendo levar a mudanças bruscas de humor e comportamento, afetando diversas áreas de sua vida.

As alterações repentinas do humor são, inclusive, um dos sintomas mais comuns da doença. Por isso, o acompanhamento profissional se faz essencial para diagnosticar a depressão ou episódios de tristeza prolongados.

imagem de divulgação de masteclass sobre psicopatologias na atualidade com alexandre patrício



A visão da psiquiatria sobre a depressão

Em 1952, a Associação Psiquiátrica Americana (American Psychiatric Association, APA) publicou pela primeira vez o Manual Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, DSM-1), a primeira tentativa de abordar o diagnóstico das doenças mentais por meio de definições e critérios padronizados.

A DSM-5-TR, publicada em 2022, fornece um sistema de classificação que tenta separar as doenças mentais em categorias diagnósticas com base na descrição dos sintomas.

A Classificação Internacional de Doenças, décima-primeira revisão (CID-11), e a mais recente versão publicada pela Organização Mundial da Saúde, utiliza categorias diagnósticas semelhantes às encontradas no DSM-5-TR. Essa semelhança indica que o diagnóstico das doenças mentais específicas está sendo feito de forma mais padronizada em todo o mundo.

A coleta da história clínica, a anamnese e o exame devem observar os critérios da décima primeira versão da Classificação Internacional de Doenças e de Problemas Relacionados à Saúde (CID), da Organização Mundial da Saúde.

Nenhum sinal ou sintoma representa propriamente uma patologia. A confecção do diagnóstico da depressão deve levar em conta que os critérios da CID apresentam grau de subjetividade, devendo-se evitar a psicopatologização e a medicalização de sentimentos humanos normais.

Sintomas da depressão: a importância do diagnóstico profissional

O diagnóstico da depressão é feito a partir da avaliação clínica de um profissional com base na persistência, abrangência e interferência que os sintomas apresentam na vida do indivíduo. Segundo o DSM-5-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), os sintomas da depressão incluem:

  • Humor deprimido constante
  • Diminuição do interesse ou prazer em quase todas as atividades
  • Perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta
  • Diminuição ou aumento significativo do apetite
  • Insônia ou sonolência
  • Agitação ou retardo psicomotor
  • Falta de energia, preguiça ou cansaço excessivo
  • Sentimentos de inutilidade, culpa excessiva ou inadequada
  • Diminuição da capacidade de pensar, de se concentrar ou indecisão
  • Pensamentos de morte ou suicídio


Para que os sintomas tenham uma relevância clínica, é preciso que se note uma mudança nos pensamentos, sentimentos, comportamento ou na fisiologia, devendo esta ser vivenciada por um período significativo de tempo.

Há regras específicas que indicam quantos sintomas de cada categoria devem estar presentes para se fazer o diagnóstico. Essa complexidade é apenas uma das razões pelas quais um profissional deve ser consultado para diagnosticar a depressão.

Quais são os tipos de depressão?

Um indivíduo que sofre de depressão também pode apresentar sintomas de ansiedade, distúrbios do sono e de apetite e podem demonstrar sentimentos de culpa ou baixa auto-estima, falta de concentração.

Um episódio depressivo pode ser leve, moderado ou grave, a depender da intensidade dos sintomas. Durante um episódio depressivo grave, é pouco provável que a pessoa afetada possa continuar com atividades sociais, de trabalho ou cotidianas. Também pode-se fazer uma diferenciação da depressão em pessoas que têm ou não histórico de episódios de mania.

Episódios de mania envolvem humor exaltado ou irritado, excesso de atividades, pressão de fala, auto-estima inflada e uma menor necessidade de sono, além da aceleração do pensamento. Os tipos de depressão podem ser crônicos (isto é, acontecem durante um período prolongado de tempo), com recaídas, especialmente se não forem identificados e tratados, ou pontuais.

Conheça alguns dos principais tipos de depressão e a sua classificação na CID-11:

  • Transtorno depressivo recorrente | CID-11 6A71: esse distúrbio envolve repetidos episódios depressivos. Durante esses episódios, a pessoa experimenta um humor deprimido, perda de interesse e prazer e energia reduzida, levando a uma diminuição das atividades em geral. Este tipo de sofrimento pode ser longo, duradouro e mais difícil de ser diagnosticado.
  • Transtorno bipolar | CID-11 6A6Z: esse tipo de depressão consiste tipicamente na alternância entre episódios de mania e depressivos, separados por períodos de humor regular.
  • Transtorno depressivo de episódio único | CID-11 6A70: é caracterizado pela presença de um episódio depressivo quando não há histórico de episódios depressivos anteriores.
  • Transtorno distímico | CID-11 6A72: o transtorno distímico é caracterizado por um estado depressivo persistente (isto é, com duração de 2 anos ou mais), durante a maior parte do dia, na maior parte dos dias. Durante os primeiros 2 anos do distúrbio, nunca houve um período de 2 semanas durante o qual o número e a duração dos sintomas foram suficientes para satisfazer os requisitos de diagnóstico para um Episódio Depressivo.
  • Transtorno misto de ansiedade e depressão| CID-11 6A73: o transtorno misto de ansiedade e depressão é caracterizado por sintomas de ansiedade e depressão na maior parte dos dias por um período de duas semanas ou mais. Nenhum conjunto de sintomas, considerado separadamente, é suficientemente grave, numeroso ou persistente para justificar o diagnóstico de um episódio depressivo, distimia ou um distúrbio relacionado à ansiedade e ao medo.
  • Transtorno disfórico pré-menstrual |CID-11 GA34.4: um padrão de sintomas de humor (humor deprimido, irritabilidade), sintomas somáticos (letargia, dor nas articulações, excessos alimentares) ou sintomas cognitivos (dificuldades de concentração, esquecimento) que comece vários dias antes do início da menstruação, e comece a melhorar dentro de alguns dias após o início da menstruação e, em seguida, torne-se mínima ou ausente dentro de aproximadamente 1 semana após o início da menstruação, estando presente na maioria dos ciclos menstruais no último ano.
  • Depressão psicótica: o indivíduo em sofrimento geralmente convive com episódios de delírio e alucinação, em que se somam os sintomas de depressão a alguma forma de psicose. Pode ser considerado um tipo de depressão grave.


O que é depressão para a psicanálise?

No contexto da psicanálise, a partir da obra Luto e Melancolia, Freud (1917) inicialmente considerava a depressão como um fenômeno que envolvia a "diminuição do sentimento de auto-estima" e "expectativas ilusórias de punição". Sua visão inicial era de que as crianças, devido à falta de capacidade de auto-estima e de prever o futuro, não poderiam experimentar a depressão.

Acreditava-se que na adolescência o desenvolvimento da personalidade permitia a vivência da depressão, embora até a década de 1970 alguns estudiosos considerassem os sintomas depressivos como parte normal do desenvolvimento adolescente.

Ao longo do século 20, a compreensão da relação entre eventos na infância e o funcionamento da personalidade no futuro começou a ganhar destaque. Freud propôs que a personalidade de uma criança era amplamente desenvolvida até os cinco anos de idade, sendo influenciada pela maneira como ela se ajustava a experiências precoces. A depressão, para Freud, surgia da resolução inadequada dos conflitos entre impulsos primitivos (id) e a aceitação de tabus sociais pelo superego.

mão encostando na própria sombra sob fraca luz

Numa leitura mais recente, o mal-estar contemporâneo, para o psiquiatra Joel Birman, manifesta-se no corpo, na ação e na intensidade como uma dor difícil de ser simbolizada.

Nesse cenário, a depressão destaca-se como uma forma de subjetivação, refletindo um aumento significativo nos diagnósticos e previsões de uma sociedade predominantemente depressiva.

A contemporaneidade revela a psicanálise como um discurso relevante para entender questões sociais e culturais. As mudanças na estrutura familiar, a crise da paternidade e a ascensão do individualismo na vida pós-moderna contribuem para a proliferação da cultura do narcisismo.

A falta de consenso sobre o termo "depressão" na sociedade atual reflete a dificuldade em lidar com as transformações sociais, econômicas e culturais que afetam a evolução da subjetividade.

Por uma perspectiva psicanalítica, a depressão pode ser considerada uma posição subjetiva diante das demandas sociais que enfatizam o individualismo e a cultura do espetáculo.

O sujeito contemporâneo, sob pressão para buscar a satisfação constante, muitas vezes se vê paralisado, afastado de seu desejo, resistindo às exigências sociais. Assim, a depressão pode ser uma resposta à sociedade que não tolera a falta, a dor e o sofrimento.

Neste contexto, enquanto dispositivo de "cura pela palavra" a psicanálise concebe a escuta do "singular" como importante possibilidade de abertura para as manifestações subjetivas, que podem estar relacionadas às múltiplas expressões sintomáticas, inclusive as depressivas.

Em todos os casos, torna-se essencial o diagnóstico precoce para que o tratamento seja bem sucedido, evitando novos episódios. É fato que a depressão pode aparecer em diversas fases da vida, a começar pela infância.

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Sintomas e diagnóstico da depressão infantil

Em crianças pré-escolares - de idade até sete anos - a manifestação clínica mais comum é representada pelos sintomas físicos, tais como dores, fadiga e tontura. Ainda segundo o autor, seguem-se além das queixas dos sintomas físicos a presença de ansiedade, fobias, agitação psicomotora ou hiperatividade, irritabilidade, diminuição do apetite com falha em alcançar o peso adequado, e alterações do sono.

Alguns estudiosos citam surgimento de choro excessivo e frequente, comunicação falha, tristeza na fisionomia e um comportamento que apresenta agressividade.

Em crianças escolares - entre seis a doze anos -, o humor depressivo já pode ser verbalizado e é frequentemente relatado como tristeza, irritabilidade ou tédio. As crianças podem apresentar apatia, tristeza, fadiga, isolamento, aparência triste, queda do desempenho escolar, ansiedade diante de uma separação, dentre outros.

Os estudos dedicados à depressão infantil, semelhantes aos adultos, revelam a importância do diagnóstico precoce. A peculiaridade do diagnóstico infantil reside na possibilidade de identificação tardia, agravando a situação.

A depressão infantil pode passar despercebida ou ser confundida com características temperamentais, tornando-se desafiador reconhecê-la. Desde a década de 1970, há consenso de que as crianças apresentam sintomas depressivos semelhantes aos dos adultos, com a irritabilidade assumindo o papel do abatimento no diagnóstico infantil.

15 sinais da depressão infantil

  • Angústia.
  • Pessimismo
  • Agressividade
  • Falta de apetite
  • Falta de prazer em executar atividades
  • Isolamento
  • Apatia
  • Insônia ou sono excessivo que não satisfaz
  • Queixas de dores
  • Sentimentos de desesperança
  • Dificuldade de concentração, atenção memória ou raciocínio
  • Baixa auto-estima e sentimento de inferioridade
  • Sensação frequente de cansaço ou perda de energia
  • Sentimentos de culpa
  • Dificuldade de se afastar da mãe


A depressão em crianças: uma visão da psicanálise

A teoria de Sigmund Freud trouxe uma nova perspectiva sobre as angústias infantis, que se assemelham às vivenciadas na idade adulta. Estudos recentes corroboram a ideia de que, contrariamente a concepções antigas, as crianças experimentam emoções, enfrentam perdas, mudanças e traumas, que podem ter repercussões na vida adulta, tornando-se terrenos férteis para o desenvolvimento da depressão.

Para a psicanálise freudiana, a depressão infantil está relacionada a situações de perdas e luto, impactando diretamente na fase narcísica da criança. A infância, caracterizada pela ainda incompleta constituição psíquica, evidencia a singularidade de como cada criança vivencia e elabora suas perdas, considerando que as histórias de vida são distintas.

banner do curso Melanie Klein e a refundação do eu desenvolvimento psiquico e a teoria das posicoes, do professor Alexandre Patricio, para a Casa do Saber



Psicanálise, psicoterapia e psiquiatria no tratamento da depressão

Pesquisas sobre a depressão de difícil tratamento enfatizam a importância da associação do acompanhamento psiquiátrico ao acompanhamento psicanalítico. Nestes casos graves, nota-se a predominância de derivados de impulsos agressivos nos humores depressivos.

Na clínica psicanalítica destacam-se dois tipos de desprazer: a ansiedade e o afeto depressivo, decorrentes de situações como luto, perdas amorosas ou punições.

Uma leitura psiquiátrica associada ao manejo psicanalítico ressalta que o afeto depressivo desempenha papel equivalente à ansiedade na psicopatologia, sendo uma parte inevitável da vida mental, acionando defesas e conflitos, podendo ser ou não consciente em um dado compromisso.

Aqui os transtornos depressivos são definidos como a "sensação de impotência e desesperança diante da realização de um desejo intenso", colorindo toda a auto-representação com sentimentos de inferioridade, incapacidade e ameaça.

Grandes autores da psicanálise, como Melanie Klein, criaram conceitos e formas de compreensão das manifestações do transtorno depressivo. Aprofunde-se no tema da depressão com a Masterclass do professor e psicanalista Alexandre Patricio de Almeida dedicada às psicopatologias atuais.



Como vencer a depressão?

O acolhimento das pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo depressão e as necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, e seus familiares é fundamental para a identificação das necessidades assistenciais, alívio do sofrimento e planejamento de intervenções medicamentosas e terapêuticas, se e quando necessárias.

No Brasil, além de contar com a disponibilidade de consultórios e clínicas particulares, os indivíduos em situações de crise podem ser atendidos em qualquer serviço da rede pública de saúde.

Os casos de pacientes em situação de emergência devem ser atendidos nos serviços de urgência e emergência e nos serviços da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) é composta por equipamentos variados, em sua maioria guiados por princípios de cuidado comunitário e em liberdade, tais como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), os Centros de Convivência e Cultura e as Unidade de Acolhimento (UAs). As diretrizes da política envolvem o governo federal e os estados e municípios.






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