A Filosofia de Byung-Chul Han se dedica a estudar os entrelaçamentos da sociedade moderna com a realidade que a cerca, dispondo na obra "A Sociedade do Cansaço" (2015) o resumo das suas principais ideias.
Para compreender os conceitos por trás de um dos filósofos mais emblemáticos dos últimos anos, iremos percorrer o seguinte guia:
- Afinal, quem é Byung-Chul Han?
- A Filosofia de Byung-Chul Han
- Quais os conceitos da Sociedade do Cansaço de Byung-Chul Han?
- Han e Foucault: como esses autores se relacionam frente ao Paradigma do Cansaço?
- Três livros para conhecer a Filosofia de Byung-Chul Han<IMG>
Nascido em Seul, Coreia do Sul, em 1959, Han é definido como um dos expoentes do pensamento contemporâneo, responsável por evidenciar uma transformação de paradigmas entre os sujeitos da obediência de Foucault para os sujeitos do desempenho - aqueles que não são mais explorados por uma autoridade externa, mas sim por uma sistemática de autocontrole e punição interior.
Seus textos dedicam-se a abordar a era das doenças neuronais, como TDAH, Transtorno da Personalidade Limítrofe, depressão, entre outras, destrinchando as possíveis motivações para esse quadro tão presente nas comunidades globais.
De acordo com uma recente pesquisa da International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), em um recorte nacional, por exemplo, 72% dos brasileiros se sentem estressados no trabalho e 32% são acometidos pela síndrome de Burnout (esgotamento mental ocasionado pelas atividades laborais).
Sociedade do Cansaço: um guia pela obra de Byung-Chul Han
Para Byung-Chul Han, esse desafio é compartilhado entre os países modernos, derivado do enfrentamento da rotina através de uma perspectiva de positividade exagerada - uma narrativa, construída com excelência a partir deste século, que emoldura a nova forma de domínio do neoliberalismo/capitalismo sobre os corpos.
Tratam-se de discursos de meritocracia, dedicação, autonomia e de superação e liberdade, que disfarçam uma expressão sofisticada de exploração da doutrina econômica.
Nesse contexto, frases como "trabalhe enquanto eles dormem", "tudo é possível se houver um grande esforço individual" e "para alcançar determinado objetivo basta o querer e a força de vontade" são enquadradas como a manifestação direta do que aponta o filósofo.
Isso porque embora tais expressões pareçam inofensivas, reforçam uma ideologia que promove o autocontrole excessivo e a autoexploração, ao mesmo tempo que mascaram a pressão por uma produtividade incessante junto à culpabilização do indivíduo por fatores externos e estruturais que estão além de seu controle.
O resultado dessa dinâmica, segundo Han, é o desgaste emocional e físico em escala, além da sensação de frustração que acompanha a contemporaneidade como um todo.
Se você, mesmo após cumprir uma agenda de tarefas, se sente fatigado, incapaz, inferior e tomado pela rotina, certamente está inserido em um dos objetos de análise de Byung-Chul Han.
Afinal, quem é Byung-Chul Han?
O filósofo sul-coreano Byung-Chul Han (1959) é reconhecido por ter estruturado uma série de estudos acerca da sociedade do século XXI, suas mazelas e suas formas de operacionalização a partir dos novos contornos do capitalismo, do neoliberalismo e das transformações tecnológicas.
Antes de se estabelecer como um nome importante da filosofia contemporânea e como autor de obras traduzidas por todo o globo, viveu em sua cidade natal, Seul, até por volta dos 20 anos, marcando o período pelos estudos da área da metalurgia.
Na década de 80, porém, muda drasticamente os rumos do que analisava, emigrando para a Alemanha, onde se dedicou finalmente à observação da sociedade moderna e do ser humano, sobretudo ao que diz respeito às adversidades características desses tempos.
Defendeu sua tese de doutorado em 1994, desenvolvendo suas bases fenomenológicas e existencialistas - correntes que tentam compreender a relação do ser humano com o mundo, em um trabalho focado no importante filósofo alemão, Martin Heidegger.
Na Universidade de Freiburg passou também pelo programa de Literatura Alemã e Teologia e, em 2012, se estabeleceu como professor de Filosofia e Estudos Culturais, na Universidade de Berlim, cargo que exerce até hoje.
Byung-Chun Han tem ao todo 22 livros publicados, sobre os quais propõe um olhar sofisticado para as questões que permeiam a condição humana na era contemporânea, como a autoexploração, o individualismo exacerbado, a tecnologia e seus impactos nas estruturas sociais, a abrangência das redes sociais e a vigilância digital, além dos porquês para o esgotamento coletivo.
Além disso, estabelece uma conexão com diversos outros pensadores, tal qual Foucault, como já mencionado anteriormente, e também Platão. Sobre este último, cria, no recente "Infocracia" (2022), uma espécie de atualização do mito platônico da caverna, defendendo que vivemos aprisionados em cavernas digitais, todavia acreditando estarmos livres.
Por essas razões, Byung-Chul Han é um dos filósofos mais influentes e críticos do presente, cuja obra oferece uma reflexão profunda sobre os desafios e paradoxos da modernidade.
A Filosofia de Byung-Chul Han.
Uma das principais especificidades da filosofia de Byung-Chul Han, nos mais diferentes momentos da sua trajetória, é o estudo sobre a caracterização do modelo de existência humana em meio às articulações do capitalismo.
Ou seja, o autor busca compreender a partir de qual lógica opera e se estabelece a realidade, tendo em vista a sua subordinação à dinâmica capitalista.
Han define essa relação (capitalismo x ser humano) como “existência econômica”, na qual o modo de vida é estruturado pelo modelo econômico e se transforma em uma tentativa constante de triunfo sobre a morte, garantindo a qualquer custo a preservação do "eu".
Nesse contexto, a existência humana é então moldada pela busca incessante pelo sucesso e pela sobrevivência, através de mecanismos de autoafirmação e autopreservação que se transformam ao longo do tempo.
Para essa sistemática, "mais capital equivale a menos morte", o que significa dizer que o verdadeiro propósito da vida diante do capitalismo é o acúmulo de capital com o objetivo de preservar a si mesmo enquanto for possível, prolongando a própria existência e perpetuando a própria identidade.
Durante o seu trabalho, o filósofo destrincha ainda o vocábulo “economia”, que tem origem na junção de duas palavras do dialeto grego - “oikos” (casa, em português) e “nomos” (algo como gerir ou administrar), para embasar a sua tese da “vida por meio do capitalismo” como uma tentativa de manutenção da casa, ou da existência do “eu”.
Byung-Chul Han entende, portanto, que o indivíduo moderno pertence a um regime que incentiva o acúmulo de capital e a transformação da existência do outro em uma mera ferramenta/recurso para dar continuidade à sua própria existência. Algo como um eterno “tudo serve a mim e, não servindo, passa a ser considerado”.
De forma geral, através dos seus diferentes períodos filosóficos, Han analisa essa intersecção entre o ser humano e o capitalismo, abordando seus reflexos, sintomas e entraves.
Quais os conceitos da Sociedade do Cansaço de Byung-Chul Han?
Embora tenha outros livros, Sociedade do Cansaço é um dos mais importantes títulos de Han por condensar, de forma clara e objetiva, as críticas que o filósofo faz ao modelo de produção contemporânea.
Publicada em 2010 e lançada no Brasil em 2015, a obra causou um grande impacto, sendo traduzida para dezenas de países, além de ter alterado a reflexão do tema ou, ao menos, proposto uma nova percepção sobre a exaustão física e mental causada pelo sistema neoliberal.
Para o filósofo, em uma composição metafórica alicerçada nos estudos biológicos, “cada época possui suas enfermidades” (p.7), sendo a do século XXI a relacionada às patologias neuronais - “depressão, transtorno de déficit de atenção com síndrome de hiperatividade (TDAH), Transtorno de personalidade limítrofe (TPL) ou a Síndrome de Burnout (SB)”.
Byung-Chul Han propõe, em A Sociedade do Cansaço, uma análise sobre a transposição do período imunológico, marcado pela sociedade disciplinar, pela dicotomia explícita do “eu” e do “outro” e pelo combate às diferenças e ao externo, para o período do sujeito do desempenho e das enfermidades neuronais, não mais pressupondo um estranhamento ao “anormal”, mas sim uma sensação de indiferença ao que é estranho.
Assim, a teoria da Sociedade do Cansaço estabelece que o sujeito da obediência, observado por Foucault ao longo do século XX e posicionado no imunologismo, cede espaço para o sujeito do desempenho, em uma sociedade constantemente fatigada pelo excesso de positividade e pela produtividade exacerbada.
Nesse cenário, desde o fim da Guerra Fria, do começo de uma nova era do capitalismo e da sistematização da tecnologia em larga escala, a dominação e a exploração do sujeito não são mais articuladas pela negatividade da proibição e da vigilância, como na sociedade disciplinar, mas sim são realizadas pelo excesso de positividade.
A esse ponto, o modo de operação da vida através da ótica do capitalismo interioriza expressões como “tudo é possível a partir de um esforço individual", sofisticando a já conhecida obediência, que, a partir de então, se estabelece conectada à uma sensação ilusória de liberdade e autonomia.
"O sujeito de desempenho está livre da instância externa de domínio que o obriga a trabalhar ou que poderia explorá-lo. É senhor e soberano de si mesmo. Assim, não está submisso a ninguém ou está submisso apenas a si mesmo. É nisso que ele se distingue do sujeito de obediência. A queda da instância dominadora não leva à liberdade. Ao contrário, faz com que liberdade e coação coincidam. Assim, o sujeito de desempenho se entrega à liberdade coercitiva ou à livre coerção de maximizar o desempenho. O excesso de trabalho e desempenho agudiza-se numa autoexploração. Essa é mais eficiente que uma exploração do outro, pois caminha de mãos dadas com o sentimento de liberdade. O explorador é ao mesmo tempo o explorado. Agressor e vítima não podem mais ser distinguidos." (Sociedade do Cansaço, p.16-17)
Byung-Chul Han destaca ainda como as novas dinâmicas do capitalismo moldam a sociedade para uma lógica de desempenho, determinada pela positividade excessiva e pela autoafirmação desenfreada, traduzidas por pensamentos cotidianos, como o "eu posso", “tudo é possível”, etc.
Para ele, o que começa como uma expressão de potência e capacidade, tão logo se transforma em uma engrenagem de autoexploração voluntária mantida até o colapso.
Assim, o neoliberalismo não apodera o indivíduo de forma direta e perceptível; ao invés disso, garante que os sujeitos estabeleçam sozinhos situações e contextos de autodominação, como processos de produtividade exagerada e autoafirmação por meio do trabalho, justificando essas atividades através de uma suposta liberdade.
Em resumo, o paradigma da Sociedade do Cansaço, de Han, expõe a forma sutil pela qual o neoliberalismo transforma a liberdade em um instrumento de controle.
Os indivíduos são tanto agentes quanto vítimas de sua própria exploração, perpetuando um ciclo exaustivo de desempenho e produtividade que culmina em um esgotamento mental e físico.
Han e Foucault: como esses autores se relacionam frente ao Paradigma do Cansaço?
Como dissemos anteriormente, a filosofia de Byung-Chul Han possui uma característica geral: analisar os reflexos do capitalismo de forma consistente, mesmo ao longo dos seus diferentes períodos filosóficos.
Assim, tendo a observação do capitalismo como mote, o autor estabelece na Sociedade do Cansaço um marco temporal e paradigmático dos estudos sobre as sociedades, propondo um passo adiante na teoria formulada por Michel Foucault (1923 - 1984) sobre o controle dos corpos e dos sujeitos em meio à dinâmica neoliberal.
Nesse caminho, Han explica que antes da filosofia do cansaço, ou seja, ao longo do século XX, a busca pela autopreservação característica do capitalismo se dá através da negatividade, da separação, do limite do “eu” e do “outro”, da vigilância e do combate imunológico das diferenças, criando uma região de transcendência na qual o outro estaria do lado de fora e precisaria ser repelido.
Há, portanto, a criação de um espaço em que o sujeito se relaciona com ele mesmo, a fim exclusivamente de preservar a sua identidade, estabelecendo com o outro uma estratégia de automanutenção e não uma relação de fato. Aqui, o outro é, na verdade, um recurso que gira ao redor do “eu”.
Foucault denomina esse modelo de experiência humana como “sociedade disciplinar ou panóptica”, aquela reconhecida por sua rígida separação das diferenças, dicotomias claras entre o normal e o patológico e entre o trabalho e a esfera do descanso, bem como por um controle exercido pela autoridade externa.
A partir da década de 90, entretanto, as configurações sociais e o aparecimento de doenças neuronais (não mais virais) denunciam uma alteração importante de paradigma: a sociedade disciplinar passa a se alicerçar sobre a sociedade do cansaço.
Nesse contexto, para Byung-Chul Han, a lógica econômica deixa de operar sobre a sistemática da negatividade, atuando agora estrategicamente em prol do objetivo de aumentar a produtividade e o capital em sua máxima potência.
Com isso, não há imposição de limite algum para o indivíduo ou para a atividade que o ajuda a acumular capital - quadro identificado pelo filósofo como excesso de positividade; não há regras, nem demarcações claras sobre o “eu” e o “outro”, sendo que o último passa de uma posição de “ameaça” para outra de “completa indiferença”.
Enquanto a negatividade da sociedade disciplinar é caracterizada pelo estabelecimento de limites, demarcações e distinções, a positividade da sociedade do cansaço funciona através do apagamento dessa distinção responsável por individualizar o “eu” e o “outro”.
Por esse excesso de positividade, o indivíduo é condicionado a se afirmar a cada instante, não sendo capaz de enxergar algo para além da sua própria noção de autoidentidade.
Trata-se, portanto, de uma configuração da existência capitalista mais opressora do que a observada na sociedade anterior, tendo em vista que a dinâmica de demarcação das diferenças tornava possível que ainda existisse o espaço do outro.
Na nova realidade de excesso de positividade, entretanto, sequer há espaço para o julgamento do indivíduo sobre uma possível descentralização da sua existência.
Ou seja, agora, não há limites entre o “eu” e o “outro”. Há, na verdade, um conjunto de todas as coisas que servem ao “eu” e ao propósito de preservar a “minha existência” e afirmar a “minha identidade”.
Tudo se torna um mero reflexo do “eu”, uma prolongação da identidade de um só sujeito, o qual dá sentido para as coisas à medida que elas prolongam e perpetuam a sua identidade no mundo. É o que ocorre, por exemplo, no universo das redes sociais.
Como consequência desse cenário, Byung-Chul Han apresenta o termo "inferno do igual", que descreve a incapacidade das pessoas em estabelecerem experiências e relacionamentos capazes de levá-las para além da ideia compulsória de autopreservação por meio da sua produtividade.
Sociedade Disciplinar (Foucault) | Sociedade do Cansaço (Han) |
---|---|
Século XX. | Século XXI. |
Sujeito da obediência. | Sujeito do desempenho. |
Período imunológico. | Período marcado pelas doenças neuronais, como Burnout, depressão, TDAH, etc. |
Vigilância e controle externos. | Autocontrole e pressão interior. |
Violência externa, repressiva, e baseada na separação (imunológica). | Violência interna, sistemática e baseada na positividade excessiva. |
Demarcação clara entre o “eu” e o “outro”, controle rigoroso sobre o comportamento. | Indiferença para com o “outro”, espaço total para o “eu” e para a afirmação individual. |
O outro é um recurso ou ameaça a ser repelido; foco na autopreservação do “eu”. | O outro é negligenciado; tudo serve para o propósito de afirmar o “eu”. |
Preservação da morte através do negativo. As coisas são convertidas para algo com o propósito de preservar a existência. | Preservação da morte através da positividade excessiva e da produtividade laboral. O que se busca produzir através do trabalho é, sobretudo e imediatamente, a si próprio, repercutindo em uma afirmação de si. |
Como interpretar os desafios da subjetividade contemporânea marcada pela onipotência, depressão, excitação, sensacionalismo?
Três livros para conhecer a Filosofia de Byung-Chul Han
Reconhecido por ser um exímio ensaísta, Han possui uma escrita clara e de fácil compreensão, normalmente disposta em textos mais curtos e objetivos.
Além disso, ao longo da sua trajetória filosófica e acadêmica, percorre diferentes temáticas acerca de um mote principal: as dinâmicas sociais contemporâneas.
Separamos um resumo sobre três deles para você conhecer a Filosofia de Byung-Chul Han.
1) Filosofia do zen-budismo (2002):
Neste livro, Byung-Chul Han explora a relação entre zen-budismo, filosofia e vida cotidiana, investigando como os princípios da prática de meditação podem oferecer uma perspectiva crítica sobre a modernidade ocidental.
A ênfase na produtividade e no consumo também é avaliada, tendo o zen-budismo como um contraponto a esse desafio e às pressões da sociedade contemporânea.
Han propõe, assim, uma abordagem alternativa para a compreensão da existência e experiência humana através da busca do autoconhecimento por meio da meditação e da prática contemplativa.
Ele sugere que, ao contrário da incessante busca por produtividade e consumo característicos da modernidade ocidental, o zen-budismo oferece um caminho para a introspecção e para a descoberta de um sentido mais profundo na vida, em uma conexão mais autêntica com o presente e com a própria essência.
2) O Desaparecimento dos Rituais (2021)
Em O Desaparecimento dos Rituais, Byung-Chul Han examina a perda e a transformação dos rituais na sociedade moderna.
O filósofo argumenta sobre a ausência de rituais estruturados como uma forma de contribuição para a sensação de um vazio existencial e de uma falta de significado nas vidas contemporâneas.
Além disso, analisa como a ausência de práticas ritualísticas que costumavam proporcionar sentido e coesão social resulta em uma desintegração das tradições e no enfraquecimento das conexões comunitárias.
Como resultado, os sujeitos das sociedades modernas tendem a ter maior alienação e superficialidade em suas interações sociais.
3) Infocracia (2022)
Infocracia, um dos mais recentes lançamentos do autor, oferece uma análise crítica da era digital e da influência das tecnologias da informação na política e na sociedade.
Han adapta o mito da caverna de Platão para a era digital, como já abordado por aqui, defendendo a hipótese de vida moderna em uma "caverna digital", na qual a informação e a comunicação são manipuladas para criar uma falsa sensação de liberdade e autonomia.
A partir disso, investiga como a proliferação de dados e a vigilância digital afetam a percepção de realidade, a liberdade e o poder, sugerindo que, apesar do aumento do acesso à informação, a verdade e a autenticidade têm se tornado cada vez mais inalcançáveis.
Para além da Sociedade do Cansaço, os seguintes títulos da sua coletânea encontram-se traduzidos pela Editora Vozes:
- Sociedade da Transparência (2002)
- Agonia do Eros (2002)
- Filosofia do zen-budismo (2002)
- Hiperculturalidade (2005)
- Topologia da violência (2011)
- Sociedade do Cansaço (2015)
- A salvação do Belo (2015)
- No Enxame (2018)
- O que é poder? (2018)
- Bom entretenimento (2019)
- Morte e alteridade (2020)
- Favor fechar os olhos (2021)
- Sociedade paliativa (2021)
- Capitalismo e impulso de morte (2021)
- O desaparecimento dos rituais (2021)
- Louvor à Terra (2021)
- A expulsão do outro (2022)
- Hegel e o poder (2022)
- Infocracia (2022)
- Não-coisas (2022)
- Vita contemplativa ou sobre a inatividade (2023)
- Shanzhai (2023)
Os livros de Byung-Chul Han, em especial a Sociedade do Cansaço, dialogam diretamente com questões experienciadas pela maioria dos sujeitos modernos.
A pressão por resultados, por autenticidade e por uma vida bem-sucedida acompanha o hiperfoco na produtividade, na exposição e na conexão, resultando invariavelmente no esgotamento físico e mental e na sistematização das doenças neuronais.
Por esses motivos, ler e discutir Byung-Chul Han é também estabelecer uma frente de resistência ao modelo atual de exploração capitalista.
Continue por aqui:
Jornada da Filosofia: O que é Espiritualidade?
Um curso que resgata a relação entre filosofia e espiritualidade ao longo da história do pensamento, compreendendo sua especificidade em diferentes autores e escolas filosóficas do Ocidente e fora dele
Referências
FERREIRA, Julio Marinho. A noção de beleza na sociedade dos likes: imaginação, fantasia e consumo nas redes sociais digitais. Revista NORUS, v. 8, n. 13, 2020. Seção: As vias qualitativas da indagação social. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/NORUS/article/view/18813. Acesso em: 20 ago. 2024.
OLIVEIRA, G. F. DE .. HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. Petrópolis: Vozes, 2015. 80 p.. Horizontes Antropológicos, v. 24, n. 52, p. 375–382, set. 2018. Disponível aqui https://www.scielo.br/j/ha/a/XRTFtgxjLPN66MPNHMQjZsP/?lang=pt#ModalHowcite. Acesso em: 20 ago. 2024.
HAN, Byung-Chul, Sociedade do cansaço / Byung-Chul Han ; tradução de Enio Paulo Giachini. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2015. Disponível em https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5000148/mod_resource/content/1/Sociedade%20do%20cansa%C3%A7o.pdf. Acesso em: 20 ago. 2024.
“A violência viral, que continua seguindo o esquema imunológico de interior e exterior ou de próprio e outro, e pressupõe uma singularidade ou alteridade hostil ao sistema, não está mais em condições de descrever enfermidades neuronais como depressão, TDAH ou SB (Síndrome de Burnout). A violência neuronal não parte mais de uma negatividade estranha ao sistema. É antes uma violência sistêmica, isto é, uma violência imanente ao sistema. Tanto a depressão quanto o TDAH ou o SB apontam para um excesso de positividade. A SB é uma queima do eu por superaquecimento, devido a um excesso de igual. O hiper da hiperatividade não é uma categoria imunológica. Representa apenas uma massificação do positivo." (Sociedade do Cansaço, p. 12)